Marília ainda estava um pouco tonta enquanto comia. De vez em quando, levantava os olhos para olhar o homem ao lado. Tinha a sensação de que Leandro, hoje, estava... mais afetuoso.
Quando Leandro olhou para ela, Marília rapidamente abaixou os olhos e continuou a comer. O rosto da garota estava completamente vermelho, como se estivesse em chamas.
Leandro a observou por um momento, franzindo ligeiramente as sobrancelhas:
— O que aconteceu com seu rosto?
Marília levantou a cabeça, confusa.
— O que tem?
— O lado esquerdo está estranho.
Marília ficou paralisada por um instante. Então levou a mão à bochecha. Sem tocar, não sentia nada; ao pressionar com os dedos, porém, percebeu uma leve dor, evidência da marca deixada por Leovigildo.
Ela havia coberto a marca com corretivo antes de sair para o trabalho.
Mas, depois de ter sido pega pela chuva e de tomar banho ao chegar em casa, estava com o rosto limpo, sem maquiagem, o que realçava sua pele clara e fez com que Leandro percebesse.
Olhando para os olhos profundos e sombrios daquele homem, ela pensou que talvez ele estivesse preocupado com ela.
Marília ficou em silêncio por meio minuto antes de dizer:
— Foi o pai da Helena que me bateu.
O pai da Helena, que também era seu pai.
Leandro sabia da situação da família dela e apenas assentiu calmamente com a cabeça.
Marília ficou um pouco desapontada com a reação dele. Antes, quando ela implicava com Helena, ele sempre protegia a outra garota. Agora que ela tinha apanhado, ele não reagiu.
—Então, ele gostava mais da Helena? — Pensou.
Ao chegar a essa conclusão, Marília se sentiu angustiada por dentro.
— Da próxima vez que você for lá, eu vou com você.
Marília arregalou os olhos, surpresa ao ouvir isso.
Todas as emoções estavam estampadas em seu rosto. Leandro olhou para a alegria repentina nos olhos dela, e algo dentro dele também se suavizou.
— Mas você tem que trabalhar.
Marília logo pareceu desanimada.
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