O homem ficou atônito por um momento. Seus lábios finos se moveram:
— Quem te disse isso?
"Quem disse? Não está óbvio?"
Leandro, com seus olhos negros e profundos, olhou nos olhos dela e explicou em tom grave e claro:
— Eu não fui aos Estados Unidos só para vê-la. Realmente fui em uma viagem de trabalho. Só marquei um jantar com ela. Também não comprei o anel com ela. Eu só queria te dar um porque sabia que você queria muito... Mas eu não sabia o seu tamanho, então perguntei a ela.
Marília curvou os lábios vermelhos num sorriso frio e sarcástico, dizendo:
— Não sabia o meu número? Por que não me perguntou? Custava ligar? Ou justo naquele dia o seu celular estava sem bateria? Você tinha mesmo que comprar naquele dia? — Quanto mais falava, mais se exaltava, e seus olhos ficavam cada vez mais vermelhos, no final, sua voz estava embargada. — Leandro, por que você simplesmente não admite? Você ainda não esqueceu ela. Queria deixá-la com ciúmes, fazer com que se arrependesse de ter te deixado. Eu sou só uma peça no jogo de vocês. Você só está me usando para provocá-la...
Vendo que Marília começava a dizer coisas cada vez mais absurdas, Leandro franziu a testa e a interrompeu:
— Marília, eu terminei com ela há muito tempo. Se eu não tivesse esquecido, não teria me casado com você. Eu não sou esse tipo de homem!
Marília deu uma risada curta:
— Ah, terminaram há anos, mas basta uma viagem ao exterior e você já se lembra que ela está nos Estados Unidos e marca um jantar com a ex. E ainda vem me dizer que esqueceu ela? Leandro, se você fosse eu, acreditaria? — Leandro abriu a boca, prestes a responder, mas antes que qualquer som saísse, Marília continuou. — E por que você tinha que comprar o anel justamente no dia do jantar com ela? Por que levá-la junto? E ainda deixou que ela escolhesse o modelo que gostava... Leandro, eu nunca imaginei que você fosse esse tipo de pessoa. Você consegue ser mais nojento do que o Anselmo!
Os olhos de Leandro se estreitaram, e seu rosto escureceu visivelmente.
Marília terminou de falar e, de chinelos, se levantou para voltar ao quarto.
Leandro, ao ouvir barulhos vindos de lá, caminhou até o quarto. Viu que ela havia puxado a mala e começava a arrumar suas coisas. Ele imediatamente se aproximou e segurou o braço dela:
— O que você está fazendo?
— Estou arrumando as minhas coisas para ir embora!
Marília tentou se soltar.
Então, num ato de desespero, ela cravou os dentes com força, obrigando o homem a recuar.
Ambos tinham sangue nos lábios, vermelho e vivo.
Leandro ergueu a cabeça.
Marília, com os olhos cheios de lágrimas, o encarava com raiva e ressentimento:
— Leandro, com que direito você me trata como um objeto para aliviar sua solidão e desejo? Eu sou sua esposa, não sou uma prostituta. Você não pode me forçar!
O rosto dele se tornou ainda mais sombrio.
Ela continuou:
— Parabéns, seu plano deu certo. Ela voltou dos Estados Unidos por sua causa. Está feliz agora? Depois que eu me divorciar de você, você pode casar com ela. Deixe que ela durma com você. Me deixe em paz, por favor.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago
Tantos dias sem atualizações, como q da sequência em livros assim ? Cê tá Loko ....