Ao ouvir que Leandro foi aos Estados Unidos com Helena para comprar um anel, Zélia ficou completamente incrédula.
— Como é que cada homem que você encontra consegue ser pior do que o anterior? — Assim que essas palavras saíram da sua boca, Zélia percebeu que não deveria tê-las dito e se apressou em corrigir. — Quero dizer, o Leandro passou dos limites. Como ele pôde levar a Helena para comprar um anel? Ele sabe muito bem que você e ela são como água e óleo, ele... em que diabos estava pensando?
— Em que ele estava pensando?
Marília também queria saber no que Leandro estava pensando.
Ela passou o dia todo tentando entender. Achava que Leandro gostava de fazer amor com ela, mas que, no coração dele, quem ele realmente amava era Helena.
Desejava-a, mas não a podia ter. Ficava pensando nela.
Ele se casou com Marília no papel, mas provavelmente carregava um sentimento de arrependimento. Por isso, levou Helena aos Estados Unidos para comprar o anel.
"Talvez o anel que ele comprou fosse, na verdade, para Helena.
Talvez essa fosse a forma de relembrar aquele relacionamento do passado."
Só de pensar nisso, Marília se sentia arrasada e cheia de raiva, como se todos os seus órgãos internos estivessem se contorcendo de dor.
— Ele nunca gostou de mim de verdade.
Gostar do corpo não é gostar de verdade.
O desejo é natural nos homens. Eles podem dormir com qualquer mulher, mas o coração só pertence a uma.
Leandro entregou o coração dele para Helena.
Ela havia perdido de novo.
As lágrimas de Marília logo voltaram a escorrer.
Zélia observava o quanto Marília estava triste e desolada. Ela mesma sempre afirmava com convicção para Mimi que Leandro gostava dela. Se não fosse por ter pressionado a amiga a exigir que Leandro assumisse sua responsabilidade, eles nunca teriam se casado.
Ela pegou sua bolsa e se levantou de imediato:
— Eu vou tirar satisfação com o Leandro agora!
— Zélia, não vai atrás dele! — Marília correu e agarrou Zélia com força. — Agora eu só quero alguém ao meu lado. Não quero mais ver ele, nem ouvir o nome dele!
Leandro estava sentado no carro, olhando para a tela do celular com a chamada rejeitada, a testa fortemente franzida.
Lá fora, a chuva caía em torrentes. Relâmpagos azul-escuros rasgavam o céu com estrondo.
O homem levantou os olhos e observou uma luz acesa em algum ponto do andar superior. Soube, então, que ela não voltaria com ele para casa naquela noite.
Ficou ali parado por um tempo, mas acabou indo embora de carro.
Só que, ao voltar para casa, encontrou o mesmo ambiente frio e vazio.
Sentado no sofá, sentia o estômago revirar. Viu uma caixa de biscoitos sobre a mesa, pegou um e colocou na boca.
"Meus biscoitos ficaram gostosos, né?"
A imagem da menina sorrindo para ele, com olhos brilhantes e lindos, surgiu em sua mente.
Leandro comeu dois biscoitos seguidos, mas a inquietação dentro dele só aumentava.
Tirou o anel do bolso e o jogou no cesto de lixo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago
Tantos dias sem atualizações, como q da sequência em livros assim ? Cê tá Loko ....