Leandro franziu a testa:
— O que aconteceu?
— Foi o Aureliano, ele está me importunando, não me deixa ir embora... Aureliano, devolve meu celular...
Do outro lado da linha, logo surgiu uma segunda voz:
— Leandro, achei que você já tivesse terminado com ela há tempos. Então ainda estão em contato!
— Você está querendo morrer, é isso?
A voz de Leandro era sombria e fria.
Do outro lado, percebendo sua fúria, o homem riu com desdém:
— Dou meia hora para você chegar aqui. Se conseguir vir e mostrar que ela realmente importa para você, deixo ela ir com você. Caso contrário... ela será minha.
Antes que Leandro pudesse responder, a ligação foi encerrada, e, em seguida, uma mensagem de texto chegou com um endereço.
Leandro virou-se imediatamente e entrou em casa.
Marília, aproveitando que ele havia saído, já tinha apagado a luz do teto e fechado as cortinas. Apenas o abajur do criado-mudo estava aceso, lançando uma luz quente e alaranjada que envolvia a cabeceira da cama num clima cada vez mais íntimo e sugestivo.
Ela estava deitada sob o cobertor, com o coração batendo acelerado.
Ao ouvir passos se aproximando, ficou ainda mais nervosa.
Mas o homem, já vestido, estava saindo.
— Para onde você vai?
Leandro parou na porta:
— Tenho algo pra resolver. Vai dormir.
Antes que Marília dissesse qualquer coisa, ele já havia desaparecido de sua vista.
Logo em seguida, o som da porta se abrindo e fechando rompeu o silêncio.
Marília ficou parada, olhando para a porta do quarto entreaberta e a luz acesa do lado de fora. Ele simplesmente tinha ido embora.
"Ele não estava tão ansioso?"
Marília sabia o quanto aquele homem era cheio de desejos. Se ele saiu correndo a essa hora, provavelmente era uma ligação do hospital.
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