Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago romance Capítulo 232

Madalena fez uma pausa e, lembrando-se de como o marido vinha se vangloriando nos últimos dias, não resistiu a compartilhar com a filha:

— Seu pai gosta muito do Leandro. Vive dizendo que você tem bom gosto, que escolheu o melhor de toda Serenópolis e que deu muito orgulho para ele!

Ao ouvir isso, Marília não conseguiu conter um sorriso no canto dos lábios.

— Será que o Leandro é tudo isso mesmo?

— Bonito, de temperamento calmo, capaz e talentoso. Quando ele ainda não era casado com você, todas as moças do nosso círculo social estavam de olho nele! Você viu da última vez: a Dona Beatriz e a filha dela ficaram tão irritadas que até batiam o pé de raiva. A Dona Beatriz é uma pessoa muito orgulhosa, e, se ela estava interessada nesse bom partido, você acha que ele seria alguém sem valor?

O tom exagerado da mãe fez com que o humor de Marília melhorasse bastante.

Ela pensou em Leandro, que era um médico de ponta.

De fato, ele era um homem excepcional.

— Na verdade, o que faz a mamãe gostar ainda mais dele é o fato de ele ser filho da Larissa. Um filho criado por ela me tranquilizaA Larissa gosta muito de você, e ela, sua mãe e eu sempre fomos muito próximas; sabemos tudo umas das outras. A família do Leandro é muito harmoniosa: tanto os pais dele quanto a vovó Adelina são pessoas fáceis de lidar. Ouvi da Larissa que você já conheceu a vovó Adelina, e ela gostou muito de você.

Marília assentiu levemente.

— Num lar assim, mamãe não precisa se preocupar em você sofrer ou ser maltratada pela família dele. Estou tranquila. Quanto ao Leandro, Larissa comentou que ele é ótimo em tudo, mas é um verdadeiro viciado em trabalho. Não é tão carinhoso, mas ele jamais seria infiel. Só isso já o coloca acima de muitos rapazes do nosso círculo, muito melhor do que o Anselmo.

Marília olhou para a tia, vendo toda a confiança que ela depositava em Leandro, e não tentou contestar.

— Mãe, eu quero que você fique comigo para sempre.

Madalena também a abraçou, dando tapinhas em suas costas e sorrindo:

— A mamãe vai viver bastante ainda! Quando você e o Leandro tiverem filhos, eu quero ajudar a cuidar deles. Só depois de ver você feliz a mamãe vai poder descansar em paz.

Marília apertava a tia com força.

Ela, afinal, também tinha pais que a amavam.

Ela nunca esteve sozinha.