Marília estava na loja ajudando os clientes a experimentarem vestidos de festa quando recebeu uma ligação de sua tia. Avisou a uma colega e rapidamente pegou um táxi de volta para a casa da família Pereira.
Tainá a esperava do lado de fora e, assim que a viu, disse:
— Sua tia e seu tio voltaram de viagem. Quando souberam que você se mudou, ficaram furiosos. Agora o Sr. Anselmo foi chamado de volta para casa para ser repreendido. — Tainá tentou convencê-la. — Srta. Marília, por que não volta para casa? Sua tia sente muito a sua falta. Ela até trouxe presentes para você da viagem. Assim que chegou, perguntou por você e nem se lembrou de perguntar pelo Sr. Anselmo. Para ela, você é como uma filha. No coração dela, você é mais importante que o próprio Anselmo...
Tainá tagarelava sem parar, mas Marília permaneceu em silêncio. Quando chegaram à porta, ouviram uma voz masculina, cheia de raiva, ecoando lá dentro:
— Você quer trazer essa atrizinha para dentro da nossa casa? Só por cima do meu cadáver!
Se ouviu um plaf. Algo havia sido jogado no chão e quebrado.
Tainá entrou correndo e viu Dimas desferindo um forte tapa no rosto de Anselmo. Ela imediatamente se colocou entre os dois, tentando intervir:
— Sr. Dimas, o que é isso? Se quiser falar algo, fale, mas não precisa partir para a agressão!
Anselmo era, afinal, o único filho da família Pereira, e Tainá o havia visto crescer. Apesar de seus hábitos questionáveis, ele era parte da família, e ela sabia que um desentendimento entre pai e filho não seria nada bom.
— Mimi, você voltou!
Madalena se aproximou rapidamente de Marília, segurando suas mãos com força.
Marília notou os olhos vermelhos da tia e sentiu uma ponta de culpa:
— Tia...
— Por que você foi embora sem avisar? Sabe o quanto eu e seu tio ficamos preocupados?
— Tia, me desculpe. Eu sabia que a senhora e o tio estavam comemorando o aniversário de casamento, então não quis atrapalhar.
— Você é uma menina boa demais. Se passar por algum sofrimento, deve vir e contar para mim. Eu sempre estarei ao seu lado! — Madalena se virou para o filho, com o olhar firme. — E você, venha pedir desculpas para a Mimi agora mesmo!
Anselmo lançou um olhar frio para Marília e respondeu:
— Eu não fiz nada de errado. Por que deveria pedir desculpas?
— Não fez nada de errado? Você teve um caso com aquela atriz, e agora todo o país sabe disso! Até a Mimi pensou em nós e no nosso aniversário de casamento para não nos incomodar. E você? Está tentanto, de propósito, nos matar de desgosto?
Dimas ergueu a mão novamente.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago