Ela é o Oceano, Eu Sou o Náufrago romance Capítulo 280

Como Celeste disse, o sexto sentido das mulheres é muito preciso. Leandro provavelmente nem percebeu, mas nunca evitava que ela ouvisse quando atendia chamadas do trabalho ou do hospital.

E evitá-la só poderia ter a ver com uma única pessoa.

Ao pensar nisso, o sorriso no rosto de Marília foi desaparecendo lentamente, e ela apertou os lábios.

No escritório, Leandro atendeu à ligação de Miguel, e a voz do outro lado começou com um relatório:

— Presidente Leandro, a equipe de investimentos do filme da Srta. Helena já avaliou o projeto. A previsão é que o investimento será recuperado e ainda trará um retorno superior ao valor investido. Podemos liberar os fundos.

Leandro franziu a testa:

— Esse tipo de coisa não precisa ser dita a mim, você cuida disso.

— Entendido, Presidente Leandro.

Leandro desligou a ligação, pegou o celular e abriu a porta para sair.

Marília estava sentada à mesa, comendo sozinha. Ele se sentou novamente à sua frente e deixou o celular ao lado.

Marília levantou os olhos e, de repente, disse:

— Leandro, só te dou esta oportunidade. Se você ultrapassar meu limite novamente, não continuarei com você.

Leandro parou de servir a comida e olhou para a expressão no rosto da mulher. Ele sabia do que ela estava desconfiando.

Ele desbloqueou o celular, abriu o registro da chamada e lhe mostrou.

Ao ver o horário da ligação, percebeu que a pessoa que havia ligado era Miguel, o assistente de Leandro.

Era só coisa da cabeça dela.

Marília olhou nos olhos dele, um pouco desconfortável, mas ainda assim sentia a necessidade de deixar claro seu limite.

Colocando os talheres de lado, ela falou com seriedade:

— Eu já te disse antes, não quero que você tenha mais contato com a Helena. Se eu descobrir que você está me escondendo qualquer coisa sobre ela, Leandro, eu... — Ela queria dizer que com certeza se separaria dele, mas, ao olhar para a testa franzida do homem, percebeu que não poderia repetir essa ameaça toda vez.

Ela pensou que, naquele dia, ele a entenderia e passaria a noite ao seu lado de maneira pura, cobrindo-a com o cobertor, para que no dia seguinte...

Mas, no segundo seguinte, os beijos quentes e intensos do homem começaram a cair sobre ela. A respiração dele, seu cheiro, invadiam cada poro do seu corpo.

— Leandro, estou tão cansada...

Marília tentou recusar.

Já se haviam passado dois dias desde que voltaram de Maravilha.

Leandro segurou suas mãos e mordeu sua orelha, fazendo-a gemer de sensibilidade.

Ele se aproximou de seu ouvido, com a respiração quente e intensa, e disse, com voz rouca:

— Só esta vez, depois disso você pode descansar.

Marília sentiu o desejo dele em seu corpo. Sabia que ele estava se contendo com dificuldade, então não teve escolha a não ser ceder.