Elas Não Merecem Suas Lágrimas romance Capítulo 184

Agora, todo o Grupo Alves estava em polvorosa; vários agentes contratados ligaram exigindo explicações. Além disso, para o congresso médico do próximo ano, alguns expositores importantes haviam mudado de ideia de última hora e anunciaram a retirada do evento...

Ao ouvir isso, Ibsen apenas sorriu suavemente.

Estendeu a mão e afagou com delicadeza os cabelos dela, o gesto tão gentil quanto o de acalmar um gatinho assustado.

– Fique tranquila, Juliana – disse ele, com a voz firme e serena, transmitindo uma força reconfortante. – Tudo isso é falso. Eu, Ibsen, sempre agi corretamente e não temo as calúnias de ninguém.

Calúnias? Ele estaria se referindo a... Nereu?

Juliana mordeu levemente o lábio.

– Então... não deveríamos soltar imediatamente uma nota oficial ou fazer uma coletiva de imprensa para esclarecer tudo?

Ibsen balançou a cabeça, e em seu olhar profundo brilhava uma autoconfiança estratégica.

– Não há necessidade – respondeu ele. – Deixe as coisas se acalmarem um pouco mais, agora ainda não é o momento ideal. Daqui a alguns dias, quando estivermos prontos para partir, revelarei toda a verdade ao público, sem omitir nada.

– Confie em mim: boatos só sobrevivem entre os tolos. A verdade absoluta, essa sim, põe fim a tudo.

O semblante decidido de Ibsen acalmou o tumulto que dominava o coração de Juliana.

– Sim – assentiu ela vigorosamente, antes de se retirar.

Após passar o dia inteiro no escritório, sentia-se um pouco abatida. A negociação da representação da empresa Deus N estava quase finalizada.

Perto do fim do expediente, Clarinda lhe ligou.

– Desça rápido! Estou aqui embaixo, vamos jantar fora e admirar uns bonitões!

Juliana juntou suas coisas e dirigiu-se ao térreo.

Lá embaixo, Clarinda a esperava em seu conversível vermelho, óculos escuros no rosto e vestindo um longo vestido branco de alças finas e costas nuas, irradiando vivacidade e ousadia.

Ao ver o visual da amiga, Juliana logo entendeu para onde iam.

– Vamos, já já vai começar!

Clarinda sorriu.

– Você me conhece mesmo!

Pouco depois, chegaram à academia de boxe já tão familiar. Era uma quarta-feira, noite de luta do número dezessete.