Era Diamante: Brilho romance Capítulo 1665

Na sala de estar, havia um jovem homem com um ar austero, marcado pelo tempo e pela vida dura, que por várias vezes observou a garota descer para pegar coisas.

Dessa vez, ele finalmente não se conteve. Com o olhar fixo nas costas relaxadas da garota, abaixou a voz e perguntou:

"Aquela é a Senhorita Fontes que o Diego mencionou antes? Ela conhece gente da Associação dos Farmacêuticos? E teve algum desentendimento com aquela Isolda dos Estados Unidos?"

Ele era mais masculino do que Alan, e tinha uma cicatriz marcante no rosto.

Apesar disso, seu semblante imponente e sério, o corpo inteiro exalando uma aura de quem sobreviveu lambendo sangue na lâmina, faziam da cicatriz um diferencial, dando-lhe uma presença única entre os homens da Cidade Liberdade.

Alan tratava-o com muito respeito, preparando uma xícara de chá para ele.

Assim que colocou a xícara na mesa,

Alan ouviu a pergunta de Teodoro, virou-se e olhou para Hera, que abria a geladeira casualmente para pegar água. Sem esperar Sertório responder, disse primeiro:

"A Senhorita Fontes conhece bastante gente."

"…"

Teodoro ergueu as sobrancelhas e, incrédulo, voltou a olhar para a garota.

Olhou de um lado para o outro, de cima a baixo, e não conseguia ver nada de especial nela, apenas uma pessoa comum.

Teodoro então desviou o olhar, largou Hera de lado e, cruzando as pernas no sofá ao lado de Sertório — que apoiava os pés sobre a mesinha de centro — falou em voz baixa:

"Já descobrimos quem roubou a carga da Família Dantas. Foi um grupo pequeno, aparentemente sem grande histórico. No Continental Independente está cheio desses grupos de foras-da-lei, vivem de assaltar e interceptar mercadorias."

"Mas, apesar de serem desorganizados, não são totalmente sem juízo."

"Eles geralmente só atacam pequenos clãs ou comerciantes que tentam a sorte no Continental Independente. Nunca mexem com famílias que eles não podem enfrentar."

Teodoro, incomodado sem motivo, pegou o chá:

"Vai, faz esse esforço pra mim." Ele sorriu de canto, a voz soando quase como uma tentação.

"…"

A garota ficou em silêncio por um instante, trocou a água gelada por uma mineral em temperatura ambiente, fechou a geladeira e, sem dar atenção aos homens, subiu direto para o segundo andar.

Sertório acompanhou-a com o olhar até ela sumir no andar de cima, só então desviou os olhos para Teodoro, já sem palavras, e perguntou preguiçosamente:

"E o Homero? Conseguiram encontrar?"

Teodoro tirou os olhos do alto da escada, demorou um pouco para responder, e então balançou a cabeça, com expressão grave:

"Não."

"Ninguém sabe para onde o Homero foi. E, das mercadorias recuperadas, falta mais da metade!"