Era Diamante: Brilho romance Capítulo 1728

O homem de meia-idade quase não falava. Ele tinha estatura mediana, rosto alongado e magro, traços faciais marcantes; comparado ao Delfim, transparecia ainda mais maturidade. Só que as olheiras profundas sob as pálpebras e os lábios escuros envolviam-no numa aura sombria e misteriosa, tornando impossível adivinhar o que se passava em sua cabeça.

"Chefe da família?"

Os outros membros da Família Onofre também aguardavam sua resposta.

Afinal, eles deveriam ou não entregar o livro genealógico?

Osvaldo olhou apenas na direção da garota. Estava distante, ela usava um boné, então ele não conseguia ver seu rosto claramente, apenas distinguir um contorno.

Parecia chamar a atenção.

Ele desviou o olhar e, sem demonstrar emoção, ordenou baixinho: "Vão buscar o livro genealógico para ela."

"Chefe da família?"

Os outros ficaram surpresos. Embora soubessem que haviam prometido aceitar qualquer pedido, e o dela nem era algo tão difícil, entregar algo tão íntimo como o livro genealógico para alguém de fora deixava-os desconfortáveis.

"Vamos mesmo entregar o livro genealógico assim pra ela?"

Osvaldo respondeu num tom indiferente: "Ela só vai dar uma olhada, não vai levar de verdade."

Os membros da Família Onofre se entreolharam, querendo perguntar como ele tinha tanta certeza de que Hera só queria ver e não pretendia ficar com o livro. E se ela levasse embora?

Mas, diante da autoridade de Osvaldo, poucos ousavam questioná-lo.

Logo em seguida, alguém trouxe o livro genealógico da Família Onofre e entregou para Hera. Ao fazê-lo, a pessoa não resistiu e lançou vários olhares curiosos para ela.

Hera abaixou os olhos, ignorando a situação, pegou o livro com naturalidade e começou a folhear.

Na mesa, Sr. Fagundes, Valentino Cardoso, Marcelo e os outros ficaram sem palavras.

O silêncio se instalou, o espanto era geral.

Ninguém imaginava que o pedido de Hera seria justamente o livro genealógico!

Mas, vendo que ela examinava tudo atentamente, ninguém teve coragem de interromper para perguntar nada.

Já sob Pandora, não havia ninguém. Era um nome solitário, destacado, como se Pandora fosse uma exceção dentro da Família Onofre.

Hera investigava esse assunto há mais de um ano; naquele instante, finalmente sentiu que tudo se encaixava.

Pandora era da Família Onofre.

Isso explicava por que Hera não encontrava nenhum registro sobre sua mãe biológica em Cidade Milagre, nem tampouco em Cidade Liberdade... Porque Pandora era, na verdade, da Continental Independente!

Continental Independente, Família Onofre.

Um clã que até as famílias reais do Continente O respeitavam e temiam.

Mas, então, por que sua mãe biológica teria deixado a Família Onofre? Por que teria partido tão jovem? E qual teria sido o papel da Família Onofre em tudo isso?

"Herinha?" Valentino Cardoso, vendo que ela permanecia na mesma página, não resistiu e a chamou.

Hera despertou de repente, fechou o livro genealógico com um gesto decidido, e com um ar confiante e destemido o colocou sobre a mesa. Levantou-se e, sob os olhares atentos de todos, disse aos outros: "Pai, Sr. Fagundes, vamos embora."