Era Diamante: Brilho romance Capítulo 1817

Porque eram todos da mesma família… Porque Brunilda ainda era tão jovem, Lara Barros podia se apoiar nisso para, com toda a pompa, dizer que só queria ajudar Brunilda.

O olhar de Hera era desinibido, frio, pousando diretamente sobre Lara Barros. Ela se moveu um pouco, passou a língua pelos lábios ressecados — um gesto um tanto seco — e então se preparou para passar por Sertório e encarar aquela multidão de parentes da Família Hollanda.

“Deixa comigo.”

Quando Hera estava prestes a sair, alguém de repente segurou seu braço esquerdo, puxando-a de volta.

Ela arqueou levemente o canto dos olhos, ainda sem conseguir esconder a rebeldia que brilhava em seu olhar escuro.

Foi aí que viu Sertório, depois de puxá-la de volta, se virar para Lara Barros e para a multidão de parentes da Família Hollanda atrás dela. Endireitou as longas pernas, assumindo uma postura imponente.

Um único olhar severo foi suficiente para que toda a parentada da Família Hollanda sentisse um frio cortante na espinha.

A aura intimidadora do Sr. Sertório, da Cidade Liberdade, não era exagero algum.

Lara Barros sabia que o jovem ao lado de Hera não era alguém com quem ela pudesse se meter. Instintivamente, encolheu o pescoço e, pela primeira vez, fechou a boca, parando de tagarelar.

Afinal, estavam do lado de fora do quarto de hospital do Galvão.

Sertório também não tinha intenção de fazer nada com aqueles parentes da Família Hollanda. Naquele dia, ele vestia um sobretudo por cima de uma fina blusa de lã preta. As roupas ajustadas realçavam ainda mais seu charme; sua figura esguia, parada ali, exalava uma presença inconfundível.

Nobre, mas nada fácil de lidar.

Ele apenas arqueou uma sobrancelha e lançou um olhar profundo para Lara Barros, que se encolheu de medo só com isso. Então, com uma preguiça elegante, disse: “Se a senhora se importa tanto assim com a Brunilda, por que não vai você mesma para a cadeia no lugar dela?”

Lara Barros abriu a boca, mas imediatamente recuou: “Eu… eu não posso ir para a cadeia no lugar dela, isso…”

Vendo Lara Barros hesitar, Sertório lançou um olhar distante e, discretamente, passou os olhos pelos outros parentes da Família Hollanda. Todos imediatamente tentaram se tornar invisíveis, não ousando chamar atenção.

“Ha.” Sertório soltou uma risada leve, achando aquilo tudo uma grande perda de tempo, e então, com o tom esfriando, disparou: “Se nem vocês mesmos têm coragem de fazer, por que exigem que a Hera faça? Ela deve algo a vocês?”

Esses parentes da Família Hollanda estavam completamente equivocados — era a Família Hollanda que devia à Hera, não o contrário!

Ninguém ousou dizer uma só palavra. Lara Barros estava tão constrangida que queria cavar um buraco e desaparecer.

Sertório parecia estar falando para todos, mas ela foi a primeira a se manifestar, então era quem mais sentia o golpe.

De cabeça baixa, não ousava sequer respirar fundo, e se arrependeu amargamente de ter tentado bancar a corajosa em defesa de Brunilda.