Era Diamante: Brilho romance Capítulo 2273

Hera desligou o telefone ainda sentindo o fogo provocado por Sylvia e Remígio, mas, ao levantar o olhar e ver Sertório, tudo mudou.

No corredor iluminado, os cílios abaixados de Sertório e o nariz bem definido pareciam irresistíveis sob a luz e sombra. Era como se fosse uma pintura de cores fortes e marcantes.

De repente, toda a irritação de Hera se dissipou.

Sertório sorriu de leve, percebendo o olhar dela, e com um gesto gentil e dedicado afastou o cabelo preto que cobria a sobrancelha dela, revelando sua testa. Disse: "Herinha, não fique brava com quem não merece, porque eles não valem a pena."

"A melhor punição para eles é simplesmente ignorar."

Hera sentiu os dedos dele roçarem sua testa, os cílios tremeram levemente, e a inquietação que sentia se dissolveu como uma maré baixando.

De repente, ela já não estava mais tão irritada. Guardou o celular no bolso e voltou ao seu jeito relaxado e levemente rebelde de sempre: "Tá bom, vamos."

Sertório não mencionou mais a família de Remígio. Em vez disso, ligou para Alan, avisando que estavam a caminho.

Depois, levou a garota para cuidar do curativo.

*

Enquanto isso, na casa da Família Hollanda.

Remígio, ao entregar o telefone para Sylvia, ficou preocupado que ela falasse bobagem, então colocou no viva-voz.

As palavras de Hera entraram nos ouvidos dele, uma por uma, sem perder nada.

— O Remígio já sabe que a filha não é dele?

— Se vocês querem usar "chapéu" aí, o problema é de vocês.

Cada palavra caía como um trovão num dia ensolarado; a mente de Remígio zumbia, ele simplesmente não conseguia acreditar que aquilo era verdade.

Para piorar, a reação totalmente desesperada de Sylvia só confirmou tudo o que Hera havia dito.

"Remígio, acredita em mim." Sylvia nunca imaginou que Hera revelaria esse segredo tão facilmente. Ela pensou que Hera teria consideração pelo estado de saúde de Galvão e, mesmo sabendo do segredo, não ousaria falar. Agora, completamente desesperada, agarrou o braço de Remígio com força.

Remígio ficou em silêncio. Depois de longos dez minutos, olhou mecanicamente para a mulher que amou por metade da vida e disse, com a voz rouca: "Então, por que você não negou antes?"

"Eu…" Sylvia foi pega de surpresa pelo olhar dele, desviou o olhar e tentou se explicar: "Eu… eu não esperava que ela fosse inventar isso, fiquei sem reação."

Remígio não era bobo.

Sempre acreditou que era um bom marido, um bom pai.

Por isso, sempre tentava proteger a esposa e a filha, mesmo quando erravam.

Só naquele momento percebeu como era visto pela sobrinha.

A raiva de ter sido enganado e a vergonha masculina o invadiram ao mesmo tempo. Ele apertou os lábios, soltou com força a mão de Sylvia e a afastou: "Não precisa falar mais nada. Se ela é ou não minha filha, basta fazer um exame de DNA!"