Era Diamante: Brilho romance Capítulo 466

"Não precisa, eu mesmo ligo para cancelar."

Sertório não se preocupava com dinheiro, até porque era um dos sócios do Hotel Hilton, um empreendimento que ele e alguns amigos decidiram investir por diversão quando tinha vinte anos.

O que realmente importava para ele era a Hera.

Seu rosto, com traços fortes e belos, e olhos negros e profundos refletiam a imagem de Hera, parecendo preguiçosos, mas transmitindo uma sensação de ternura incomparável.

"Tem certeza que não quer que o Alan vá com você?"

Rafael, que até então era apenas um observador silencioso, não pôde deixar de se impressionar com aquela insinuação. Na escola, havia apostas sobre se o Sr. Dantas era namorado de Hera ou não. Poliana apostou que sim, Kayo que não, e ele, indeciso, não apostou.

Quando voltasse, ele estava determinado a apostar tudo na relação entre o Sr. Dantas e Hera.

Tinha que ser!

Afinal, como explicar tamanha indulgência e carinho de um homem para com uma estudante do terceiro ano do ensino médio? Não poderia ser apenas pela beleza de Hera!

Ele não sabia, mas havia acertado em cheio.

Hera, alheia ao olhar curioso de Rafael, já estava acostumada com a maneira como Sertório a tratava e, após um momento de reflexão, manteve sua decisão: "Não é necessário."

"Tudo bem." Sertório não insistiu, e com um leve sorriso nos lábios, disse: "Então o Alan leva vocês ao aeroporto."

Forçando um sorriso, disse ao homem na cama: "Vieira, hora de comer. Preparei canja para você, beba bastante. E tem também frango cozido, fiz bem desfiadinho para você comer mais um pouco."

O homem na cama, com pouco mais de cinquenta anos mas com os cabelos já embranquecidos, era magro, e suas maçãs do rosto salientes denunciavam sua fragilidade. Seus olhos, constantemente cansados e vermelhos, refletiam o peso da doença.

Apesar de ser apenas início de outubro, ele estava coberto por um grosso cobertor, como se a dura realidade da vida pesasse sobre ele.

"Olha só esses olhos, cheios de vermelhidão de novo, não dormiu, né?" Helena colocou a marmita no criado-mudo ao lado da cama e o ajudou a sentar, ajeitando um travesseiro em suas costas para que pudesse ficar mais confortável.

Ela fazia isso com uma habilidade que só a prática traz, enquanto conversava: "O médico disse para você descansar mais, viu! Assim você só vai deixar a Herinha mais preocupada."

Lucas, apoiado por ela, mal conseguia esconder seu cansaço ao perguntar: "Kayo ainda não voltou?"