Era Diamante: Brilho romance Capítulo 566

Sertório viu-a preguiçosamente enroscada no sofá, erguendo aquele rosto lindo e excessivamente atraente. Perguntou-se, ainda de forma indolente, o que havia de errado, com um olhar rebaixado e um sorriso leve, bastante sedutor: "Não tem nada de errado. Mas você não me chamava sempre de Irmão Sertório?"

Sua voz era daquelas mais graves, que já eram encantadoras sem precisar de esforço, agora então, Hera suspeitava fortemente que ele fazia de propósito!

Ela mordeu o lábio levemente, o guaraná que segurava de repente pareceu menos doce, tentando disfarçar sua inquietação, tomou alguns goles antes de olhar para cima, recompor-se e responder: "Eu também já te chamei de tiozinho, seguindo o Alarico."

O que ela queria dizer era, se você acha estranho, chamar de tiozinho também serve.

Sertório só queria provocá-la um pouco, mas não esperava que ela o deixasse sem palavras. Ele colocou a xícara de café de lado, massageou a testa, e seu rosto atraente mostrava um ar de resignação ao dizer: "Deixa pra lá o tiozinho, não sou tão velho assim. Pode me chamar do que quiser, o que sair mais natural para você."

"Então será Sr. Sertório." Hera, raramente vencendo-o numa disputa, respondeu animada: "Todo mundo te chama de Sr. Sertório, me parece mais natural seguir o mesmo."

Ela não tinha percebido nada de errado em chamá-lo de Sertório antes, mas depois... quando a fachada caiu, ela não queria mais fingir na frente dele.

Chamá-lo de Sertório agora trazia um sentimento estranho.

Sertório não se opôs, especialmente vendo-a segurando o guaraná que ele preparou, bebendo gole por gole com um ar mais relaxado, e dirigindo a ela aquele olhar que poderia trazer problemas, perguntou: "Algum plano para depois? Vai para a escola?"

Na noite anterior, Jorge tinha enviado um email dizendo que a Aliança Sangue Vermelho aceitou a oferta deles, e até enviou um mapa dos carregamentos, ele suspeitava seriamente que tinha algo a ver com a moça à sua frente.

Mas...

Kayo Nogueira... Sertório, com os olhos semi fechados, suas longas pestanas baixadas, refletiu por um momento até lembrar quem era Kayo Nogueira, aparentemente um menino que sempre estava ao lado de Hera, de aparência comum e personalidade um tanto introvertida, não tão notável quanto o Rafael, mas sempre olhava para Hera com mais atenção.

Ele não levava a sério o jovem que ainda não estava completamente formado, pegou as chaves do carro com generosidade e se levantou, dizendo à pessoa no sofá: "Vamos então, por acaso estou livre hoje, posso te levar."

"Ah, eu posso pegar um táxi." Hera não estava muito a fim de aceitar a carona, demorando a se levantar.

"Aqui é um condomínio fechado, táxis de fora não têm acesso fácil, e eu estou livre de qualquer forma, além do mais, Helena me convidou para comer acarajé uma vez, o marido dela não está bem, seria educado da minha parte visitá-lo no hospital."

Hera: "..." Ele ia ao hospital só porque foi convidado para comer um acarajé de sete reais uma vez?