Era Diamante: Brilho romance Capítulo 602

Assistindo o tempo passar, quase duas horas e meia, ela não se aguentou mais e, elevando a voz, disse: "Como é que ainda não tem nenhum sinal de dentro? Será que não deveríamos mandar alguém verificar? Vai que aconteceu algo e ele não tem coragem de sair."

"O que exatamente você está insinuando com 'algo'?" Norberto Zagallo, conhecido por seu temperamento difícil, retrucou.

Diderot Zagallo repreendeu-o, chamando-o pelo nome: "Norberto, como você fala assim com sua tia? Ela é sua mais velha!"

Norberto virou a boca num muxoxo, seus olhos de pêssego se estreitando perigosamente: "Não vejo ela agindo como tal, parece mais que está torcendo para que algo ruim aconteça ao vovô."

Quiana Zagallo, cujos pensamentos íntimos foram expostos, indignada, rebateu: "O que você está insinuando? Quando foi que eu desejei mal ao vovô?"

"Ah." Norberto soltou uma risada sarcástica, sua estatura imponente dominando-a, olhando-a de cima com desdém: "Desde quando você, tiazinha, vai ao hospital e quer se enfiar na sala de cirurgia? A operação nem acabou e você já quer mandar alguém lá dentro, o que você está insinuando?"

"Você!" Quiana estava furiosa, mas sem palavras para contra-atacar. Depois de um tempo, ela disse friamente: "Continue sendo teimoso! Se algo acontecer ao vovô, eu não vou deixar por isso mesmo! Quando se trata de uma vida, eu definitivamente chamarei a polícia."

Norberto estava irritado com essa atitude dela, com as mãos nos bolsos e postura desleixada, seus olhos semi-cerrados emanando um brilho gélido.

Foi então que a porta, fechada por duas horas e meia, se abriu.

Uma figura rebelde surgiu dela.

"Como está meu pai?!" Quiana foi a primeira a falar, mas sua expressão era menos de preocupação com o estado do avô Zagallo e mais de alguém ansioso por um confronto.

Isso fez com que Diderot franzisse o cenho profundamente, aproximando-se por outro lado e perguntando gentilmente: "Senhorita Fontes, como está meu pai?"

Hera Fontes levantou a cabeça, ignorando completamente Quiana e se dirigindo diretamente a Diderot, com uma voz levemente cansada, mas tranquila: "Ele já acordou."

Norberto o pegou rapidamente, perguntando por reflexo: "O que é isso?"

Ao ver claramente o que era, ele entendeu.

Eram as pílulas feitas por Hera.

Ele havia passado o último mês na Liberdade e não havia retornado, o que causou escassez no mercado negro. Segundo Elsa Barros, o preço das pílulas havia saltado de cinco para quase dez milhões. Ele contou rapidamente a quantidade no frasco que Hera lhe deu, aproximadamente dez cápsulas.

"A partir de hoje, uma a cada dois dias, e depois de uma semana, uma por semana. Aqui tem o suficiente para três meses, depois veremos conforme a situação."

Norberto guardou o frasco, sem dizer muito, apenas falou: "Depois eu transfiro o dinheiro para você."