Era Diamante: Brilho romance Capítulo 877

Ele fez pelo menos uma dúzia de ligações, mas apenas duas ou três pessoas concordaram em vir jantar, as outras todas inventaram desculpas para declinar.

Isso mostra como era difícil.

A Liberdade sempre foi um lugar onde as aparências importam.

Herinha até então havia permanecido na Cidade Milagre, raramente visitava a Liberdade e, quando o fazia, era de forma muito discreta, quase ninguém sabia da existência de Herinha.

Quando sua família decidiu de repente fazer um jantar, dizendo que era para celebrar a promoção escolar da sobrinha que haviam trazido de volta da Cidade Milagre, assim que ouviam que era um parente vindo de um lugar menos influente, inventavam uma desculpa sem sequer deixá-lo terminar de falar.

Ele, que estava na casa dos quarenta, também era uma pessoa influente na Liberdade. Quando recusavam delicadamente, ele não achava adequado insistir para que viessem jantar.

Depois de várias ligações, somente duas ou três famílias menores que bajulavam a Família Hollanda tinham alguém disposto a vir, enquanto as famílias um pouco mais prestigiadas não mostravam interesse.

Ele só pôde depositar suas esperanças em seu pai.

"Pai, quantas pessoas da sua parte virão?"

Galvão parecia não estar bem, com um semblante cansado e olhos sem brilho, que normalmente eram vivos: "...A Família Rezende e a Sílvia virão, Valentino Cardoso também, além da Diretora Marga e do Sr. Vargas, os outros todos estarão ocupados."

Remígio, ao ouvir isso, percebeu que a situação não era muito melhor do que a dele.

Entre as famílias de elite da Liberdade, além de Sílvia que havia concordado em vir, parecia que ninguém mais estava disposto a participar após tentarem contactar várias pessoas.

A situação era inesperada, mas, de certa forma, compreensível.

Afinal, o patriarca da família havia se aposentado há alguns anos, e a influência da Família Hollanda na Liberdade estava declinando dia após dia. Se não fosse por Brunilda e seu pequeno círculo com Sertório, a Família Hollanda provavelmente teria ainda menos prestígio.

*

Na Família Werneck, Jorge acabara de voltar para casa, abriu a geladeira e pegou uma garrafa d'água. Depois de abrir a tampa, tomou um gole.

Olhando de relance, viu um convite vermelho jogado na mesa e perguntou ao empregado com um tom despreocupado: "O que é isso?"

"Senhor Jorge." O empregado, que estava preparando um chá para ele, parou o que estava fazendo e olhou na direção indicada, revelando uma expressão de compreensão: "Ah, isso. É um convite que a Família Hollanda mandou, convidando o senhor para um jantar na próxima quarta-feira no Hotel Hilton."

O empregado sabia que ele raramente se interessava por esses encontros sociais da Liberdade e pouco se importava com essas formalidades.

Mas Brunilda tinha um bom relacionamento com o jovem senhor da casa, e quando a família Hollanda enviou um convite, ele o aceitou educadamente.

Inicialmente, ele não tinha intenção de contar para Jorge, mas, para sua surpresa, Jorge acabou vendo o convite por si mesmo.