Espada Divina do Amor romance Capítulo 132

"Ei? O que você está fazendo?"

De repente, um grito insatisfeito ressoou ao lado.

As mãos de Violeta Camarillo tremeram e ela instintivamente as recolheu.

Uma garota vestindo um terninho elegante se aproximou.

O crachá pendurado no lado esquerdo do peito provava que ela era uma funcionária daquela loja de grife.

No entanto, apesar de ser uma atendente, sua postura dependia de com quem ela estava lidando.

Diante de clientes ricos, seu comportamento era de respeito e sua fala, cortês.

Mas com as pessoas comuns, falava com arrogância.

Afinal, trabalhar em uma loja sofisticada como aquela exigia aparência, postura e educação - e, no fundo, elas sentiam um certo orgulho.

"Senhora, deve ser sua primeira vez em uma loja de grife assim, não é?"

A funcionária avaliou Violeta Camarillo de cima a baixo e perguntou com indiferença.

Como vendedora, acostumada a ver todo tipo de gente, ela podia identificar um cliente em potencial com apenas um olhar.

As roupas de Violeta Camarillo, que não custavam mais do que cem reais, e o olhar tímido que ela tentava esconder, entregavam-na.

A funcionária sabia que aquele era o olhar temeroso de uma pessoa pobre diante de itens valiosos.

Em outras palavras, Violeta Camarillo era pobre.

Definitivamente não podia se dar ao luxo de comprar itens de luxo caros.

"Faz tempo que não venho."

Violeta Camarillo balançou a cabeça com um sorriso auto-depreciativo, dando uma explicação casual.

A funcionária apenas torceu a boca, assumindo que Violeta estava tentando esconder sua situação.

Ela estava acostumada com isso.

Quanto menos dinheiro as pessoas têm, mais tentam esconder esse fato.

"Se nunca veio, não há problema em dar uma olhada."

"Mas, veja bem, uma loja de grife como a nossa não é como aquelas barraquinhas de rua..."

Ao falar de barraquinhas, a funcionária lançou um olhar para as roupas de Violeta Camarillo.

"Nas barraquinhas, você pode escolher à vontade, até mesmo tocar nas coisas."

"Mas aqui, não se pode tocar sem permissão."

Ela disse tudo isso com cara séria, e com convicção.

No entanto, Violeta Camarillo apenas sorriu ironicamente.

Ela realmente pensava que era uma garota ingênua?

Havia dois anos que não entrava em uma loja de grife.

Mas, como a filha mais velha da terceira geração da Família Camarillo, ela já teve cartões de sócia em muitas lojas de luxo.

Só que esses cartões acumularam poeira com o tempo.

"Vocês não permitem que se prove as roupas aqui?"

"Só de olhar, dá para ter certeza de que o tamanho é o correto?"

O contra-argumento de Violeta Camarillo deixou a funcionária corada.

Mas a vergonha durou apenas um momento, logo se transformando em impaciência.

A funcionária soltou um hmph gelado, tanto na voz quanto no olhar.

"Como uma vendedora, todo aquele que entra aqui é cliente."

"Essa sua postura profissional está longe de ser apropriada."

Violeta Camarillo não ficou irritada, apenas falava baseada nos fatos.

"Cliente? Quer dizer que você está no mesmo nível que eu?"

"Você, uma cliente?"

Foi a garota ao lado da funcionária quem falou desta vez.

"Todas as suas roupas juntas não poderiam nem comprar um fio do tecido que estou usando."

"Você acha mesmo que pode se comparar a mim?"

A garota olhou com arrogância para as roupas de feira que Violeta Camarillo vestia, com um desprezo ainda maior.

"Kkk! Senhorita, você está absolutamente correta."

"Eu vejo muitos como ela, sem dinheiro, mas adoram se enganar com vaidades."

"Vêm a lojas de marca, tiram algumas fotos para postar nas redes sociais, fingindo que podem comprar."

A funcionária riu alto, com um desdém ainda mais evidente em seu rosto.

Juntas, menosprezaram Violeta Camarillo a ponto de fazer ela se sentir sem valor.

Violeta Camarillo olhou para as duas, balançou a cabeça levemente e se preparou para deixar o local.

"Ô, não vai embora, não vai tirar umas fotos para postar nas redes?"

"Pfft, ou talvez eu te dê uma peça de roupa para você vestir e tirar uma foto?"