Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 123

Era raridade, mas hoje o sol brilhava intensamente, iluminando um belo dia, enquanto os trabalhadores de limpeza da rua se dedicavam a remover a neve com seriedade.

As plantas no parapeito da janela encolhiam-se sob a brisa gelada, suas folhas delicadas tremulavam suavemente ao vento.

Estendi a mão, tentando tocar o vento, mas assim como a chuva e o sol, ele não possuía temperatura.

"Marlene..."

Uma voz masculina, rouca e baixa soou, e virei-me para olhar Nelson.

No instante em que nossos olhos se encontraram, ele se levantou abruptamente da cama, ignorando o fato de que a anestesia ainda não havia completamente passado, e suas pernas fracas mal tocaram o chão antes de ele cair duramente.

"Nelson!"

Sem aviso, Nelson caiu da cama, fazendo um barulho ensurdecedor, o que chamou a atenção dos médicos e enfermeiros.

Mirella rapidamente o ajudou a se levantar, mas Nelson, impaciente, a afastou bruscamente.

Seus olhos brilhavam de êxtase ao me ver, e ele correu desesperadamente em minha direção.

"Marlene, você voltou, você finalmente voltou."

No entanto, para os outros, seu comportamento parecia o de alguém possuído.

Justamente quando estava prestes a me alcançar, ele caiu duramente mais uma vez.

"Marlene!"

Quando levantou a cabeça novamente, embora eu ainda estivesse lá, ele não conseguia mais me ver.

Parecia que foi apenas uma visão que teve enquanto inconsciente.

"Onde ela está?"

Minha mãe finalmente respirou aliviada: "Ainda bem, você me assustou com tudo isso."

"Nelson, ouviu o que o médico disse? Isso é só uma alucinação causada pela anestesia, provavelmente porque você sente muita falta da minha irmã. Agora está tudo bem, vá descansar um pouco."

Mirella fez um sinal para minha mãe, e as duas se prepararam para ajudar Nelson a voltar para a cama.

Entretanto, nesse momento, Nelson empurrou as duas e correu para fora sem qualquer aviso.

Enquanto corria, ele repetia: "Eu vi muito claramente, era Marlene, Glória estava certa, Marlene morreu, minha Marlene está morta..."

"Nelson, pare!"

Minha mãe, desesperada, batia nas pernas: "Pra onde você pensa que vai?"

Ouvindo a voz da minha mãe, Nelson virou-se, falando claramente: "Eu vou à polícia, vou esclarecer tudo, descobrir se Marlene está viva ou morta!"