Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 158

Ao longo dos anos, visitei frequentemente a família Lopes. Naquela época, Nelson e eu éramos amigos de infância e, mesmo sem estarmos casados, nos olhos de todos, eu já era a legítima Sra. Lopes.

O engraçado era que agora eu era a Sra. Lopes, mas como a esposa do Nilton.

Nilton me lembrou: "Nos casamos às pressas, e só agora consegui informar minha família. Então, se o jantar de hoje à noite parecer muito simples, espero que não se importe."

"Bem, eu o empurrarei para dentro."

Talvez por ter visto a frieza das relações humanas após a morte, quando até minha própria família e marido me abandonaram, apenas Nilton se preocupou sinceramente em encontrar meu paradeiro e até visitou a vovó. Eu tinha uma boa impressão dele.

Embora não fosse por amor, eu realmente queria cuidar bem dele.

Também era uma maneira de retribuir os muitos favores que ele me fez na vida passada, o que não interferia em meus planos de vingança.

Empurrei Nilton de volta para dentro sob meus saltos altos.

Neste momento, Vitor e Nelson já deviam ter ido para a empresa. Antes, Vitor e sua madrasta, Adriana, costumavam morar fora de casa.

Desde o retorno de Nilton, os dois se mudaram para Refúgio dos Tucanos, onde comiam e conviviam com o velho todos os dias e faziam grandes sacrifícios.

Agora, apenas Dario e a Adriana estavam em casa.

Quando empurrei Nilton para dentro, vi que na sala de estar estava sentado o Dario vestido com uma tradicional, enquanto Adriana, inclinada, servia café para ele.

Para ser honesta, eu tinha uma certa repulsa por Adriana.

Ela era o primeiro amor que Vitor venerou por toda a vida. Naquela época, dizia com firmeza que nunca se curvaria pela falta de dinheiro e, mesmo grávida, escolheu partir.

A culpa corroeu tanto Vitor que ele passou a negligenciar sua própria esposa, causando tamanha tristeza à mãe de Nelson que ela acabou morrendo jovem, mergulhada em melancolia.

Não muito depois de sua morte, Vitor casou-se com Adriana sob a bandeira do amor verdadeiro.

Naquela época, aguentei muitas coisas, pois estava ciente de que ela era a minha sogra nominal.

Afinal, em uma família tão grande, se causasse um escândalo, quem perderia a face seria a família Lopes. Ao me casar com a família Lopes, eu também perderia minha dignidade.

Revivendo uma nova vida, tenho apenas um pensamento:

Deixar de lado a moralidade e aproveitar ao máximo uma vida sem escrúpulos.

Pouco antes de entrar, perguntei ao Nilton: "Sr. Lopes, se alguém da família Lopes me intimidar, posso revidar?"

Nilton nem sequer me olhou, com sua voz fria como sempre: "Mesmo que alguém morra, será por minha conta. Se o céu desabar, eu seguro para você."

Isso condizia muito com seu estilo.

Afinal, na família Lopes, ele sempre agiu com arrogância, a ponto de até Dario ter que medir as palavras diante dele.