Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 223

Nelson me fitava intensamente, com seus olhos carregando um emaranhado de emoções que, por fim, se dissolveram em uma expressão de desolação profunda.

"Com a morte da minha amada, casar-me com qualquer uma não faz diferença. Vou seguir os arranjos da Tia Janaína."

Ah, que homem devotado!

Quando estava com Mirella sob a minha estátua, ele sequer se lembrou que eu era seu verdadeiro amor?

E agora? Só porque houve morte, ele resolveu mostrar arrependimento? Que conveniente.

Se Nelson decidisse seguir carreira como ator, eu certamente precisaria presenteá-lo junto com Mirella, com um prêmio de melhor ator e atriz.

Um fingia ser o amante apaixonado, e a outra, uma jovem pura e inocente.

Para frustrar os planos de Mirella, eu precisava garantir que esses dois não ficassem juntos de maneira alguma.

Mirella não disse nada, apenas olhou para ele com um olhar de tristeza: "Nelson, você se casaria com qualquer uma, menos comigo?"

Veja como eles eram bons em manter suas aparências, sempre atuando.

Mas quando Mirella se desesperou e revelou suas verdadeiras intenções, ela perdeu a capacidade de controlar Nelson como antes.

Essa foi a linha que Nelson não permitiu ser cruzada.

Não era que ele realmente me amasse tanto, mas todos viram ele agindo de forma inadequada com a "irmã", e ele foi desmascarado publicamente, tornando-se algo repulsivo aos olhos de todos.

Como ele poderia não odiar Mirella? Ele provavelmente queria despedaçá-la.

"Sim, eu prefiro casar com uma cadela do que com você. Me enoja!"

Nelson tratou Mirella com a mesma vilania com que me tratava anteriormente.

Mesmo que Mirella não soubesse quem eu era, desde o momento em que me casei com Nilton, tornei-me um espinho em seus olhos.

Era apenas questão de tempo até que ela tentasse me atacar. E, após eu tê-la desmascarado, qualquer possibilidade de reconciliação havia desaparecido.

Portanto, não escondi mais minha hostilidade em relação a ela.

Eliana puxou Mirella para trás de si, assumindo uma postura defensiva. Seus olhos me encaravam com cautela: "Sra. Rocha, nossa família não tem nenhum problema com você, então por que está sempre nos atacando?"

"Atacando?"

Eu ri desdenhosamente: "Então, para você, revelar a verdade é o mesmo atacar? Não se passaram nem sete dias desde o enterro de sua irmã, e ela já estava seduzindo o cunhado. Sra. Barbosa, quer que eu descreva detalhadamente o que ela fez dentro do carro?"

"Cale-se!"