Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 229

Observando os compradores entrando incessantemente no salão abaixo, percebi que muitos deles eram grandes nomes em suas respectivas indústrias.

Antes, eu me sentava no salão embaixo, como eles.

Este era o abismo entre as massas e aqueles que estão no topo.

A família Barbosa? A família Lopes? Até mesmo a renomada família Lopes não se comparava a Nilton.

A força desse homem era inacreditável. O grande apartamento que escolhemos era apenas uma de suas propriedades ocultas, e o leilão de hoje, que atraía a elite em busca de tesouros, era parte do seu império.

Dizia-se que o misterioso proprietário por trás do leilão era um dos colecionadores mais renomados do mundo. Qualquer item que ele exibisse alcançaria preços astronômicos.

E esse impressionante misterioso proprietário era o Nilton!

Quantas mais dessas cadeias invisíveis ele controlava?

Não era de admirar que ele tivesse casualmente gastado vinte milhões nas minhas três pinturas.

"Tudo o que eu gostar estará disponível para mim?"

"Se você gostar, qualquer coisa no leilão pode ser sua. Você é minha esposa. O que é meu, também é seu."

Ele falava com uma generosidade que só alguém extremamente confiante poderia demonstrar.

Eu fiquei deslumbrada com os tesouros cintilantes.

"Parece que não há nada que eu queira muito."

Ele deslizou a tela do tablet: "Chegaram alguns vestidos hoje, quer dar uma olhada? Se gostar, eu mando retirar."

Enquanto navegava pelas opções, os vestidos incrustados com jóias não chamaram minha atenção. Mas um vestido tradicional intricado e refinado imediatamente me cativou.

"Eu gostei desse vestido."

"Tudo bem. Pode continuar escolhendo."

Antes que pudesse continuar explorando, levantei os olhos e vi duas figuras familiares no salão.

Renata e Carlos Martins!

Renata, sem dúvida, estava planejando comprar um vestido deslumbrante para ofuscar todos no jantar, especialmente a mim.

Diferente de Mirella, que tentava se passar por frágil e digna de pena, Renata era o tipo de mulher que desejava brilhar mais que qualquer outra, especialmente Janaína.

Em termos de feições, ela não era tão bonita quanto Janaína.

Depois de ver o rosto do Nilton, nenhum outro homem parecia à altura.

As expressões deles mudaram ao me ver. Carlos parecia deslumbrado, enquanto Renata exalava inveja.

Eu havia abandonado o estilo sombrio de Janaína.

Eu vestia um vestido de gala na cor champanhe, com corte lateral que delineava perfeitamente minha figura.

Estava madura, com um colar de pérolas brancas australianas adornando minhas orelhas e pescoço.

A peça não era ostensiva, mas exalava graça e sofisticação.

Para completar, uma pequena pinta vermelha entre minhas sobrancelhas adicionava um ar de divindade à minha aparência.

Não foi surpresa que os olhos de Carlos permanecessem fixos em mim. No entanto, eu apenas o observei brevemente antes de desviar o olhar, completamente indiferente.

"Janaína, você também veio. E este é..." - O olhar de Renata caiu sobre Nilton.

Ela pretendia lançar algumas palavras de escárnio, mas quando encontrou o olhar gelado de Nilton, parou de falar imediatamente.

Eu saí de trás da cadeira de rodas, cobrindo a mão de Nilton que estava no apoio com a minha, e com um sorriso claro e aberto me apresentei: "Renata, Sr. Martins. Este é meu marido, Nilton Lopes."