Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 231

Eu mantive a calma, sempre parando de licitar quando o preço oferecido por Renata excedia de 30% a 60% o valor de mercado. Então continuava a licitar no próximo lote.

Em apenas meia hora, Renata já havia gastado mais de seisenta milhões.

Meu rosto estava ficando cada vez mais irritado, embora fosse mais difícil conter um sorriso do que segurar uma arma, temendo que um deslize no meu ato fizesse com que ela percebesse algo.

Aquilo era apenas o aquecimento. Renata já havia gastado uma fortuna, e Carlos ainda nem tinha entrado no jogo.

Logo vieram os vestidos de gala elaborados, como aqueles usados pela família Rocha. Esse tipo de peça, que as celebridades só conseguiam pegar por empréstimo, eram exclusivas.

Os vestidos comuns não chamavam sua atenção, mas os que foram apresentados hoje eram todos de designers de classe mundial. Cada um era confeccionado com dias e noites de trabalho, incrustados com pedras preciosas em cada detalhe, não apenas no tecido, mas nos próprios padrões e materiais usados.

Somente as joias e o trabalho artesanal de um vestido desses ultrapassavam três milhões.

No mercado, o preço seria superior a dezenas milhões, sem considerar o acréscimo de um leilão.

Até mesmo algumas esposas ricas, amantes e as queridinhas dos magnatas estavam de olho.

Quem não gostaria de desfilar em um evento usando algo assim?

Eu, por outro lado, não tinha o menor interesse por aqueles vestidos extravagantes.

Com tantas jóias incrustadas e um tecido tão rígido, eram um verdadeiro desconforto.

Mas enxerguei aquilo como o meu pote de ouro. Imediatamente fingi estar encantada, agarrando a mão de Nilton: "Nilton, eu gostei deste. Você poderia comprar para mim, por favor?"

"Claro."

Carlos, que estava ao lado, olhou para mim, parecendo surpreso por eu falar com outro homem de maneira tão íntima.

Renata lançou um olhar cortante para ele e prontamente agarrou seu braço: "Carlos, eu também gostei. Você pode comprá-lo para mim?"

"Comprarei."

Então começou a guerra entre dois homens, e não era apenas uma questão de gastar alguns milhões.

Carlos deu o primeiro lance, Nilton não se apressou, seguindo logo atrás.

Quando o preço chegou a trinta milhões, os outros concorrentes desistiram.

Aquele valor estava muito além do razoável, ninguém mais via sentido em continuar.

Os dois idiotas ainda estavam radiantes com o que acreditavam ser sua vitória.

Continuei a licitar mais algumas vezes, ganhando 200 milhões antes de parar.

Quando o leilão terminou, Renata estava ocupada passando o cartão e assinando recibos, enquanto aproveitava para me provocar.

"Ainda vem falar que a família Lopes é um grande império. Irmãzinha, será que você não acabou se casando com uma falsa elite?"

"Sim, você está certa."

Concordei com a cabeça de maneira quase automática, como se estivesse respeitando a deusa da fortuna.

Ela e Carlos zombaram de mim mais algumas vezes, enquanto Nilton apenas assistia silenciosamente ao espetáculo dos dois.

Essa deveria ser a característica de um homem maduro: não arrogante, nem apressado. Sempre calmo, deixando os outros sem saber o que ele estava pensando.

Até que o gerente do leilão se aproximou de Nilton com a fatura nas mãos: "Senhor, este é o faturamento de hoje. Por favor, assine."

Os dois ao meu lado mudaram de expressão instantaneamente: "O que você disse!"