Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 233

Eu me sentei em seu colo. Pela primeira vez me aconcheguei nos braços de um homem para chorar em silêncio.

Que sensação maravilhosa... finalmente, minhas lágrimas vinham livremente.

Elas umedeciam, pouco a pouco, sua roupa.

No entanto, Ele parecia não se importar.

Apenas sussurrava suavemente no meu ouvido: "Já passou."

Levantei a cabeça com os olhos embaçados de lágrimas para olhá-lo. Seu olhar parecia atravessar minha alma, como se pudesse decifrar todos os meus pensamentos com um simples gesto.

"O que foi?"

Ele começou a falar devagar: "Para você chorar assim... você deve ter sofrido muito no passado, não é? Mas não se preocupe, isso não vai acontecer mais."

É... não vai acontecer mais.

De volta à mansão dos Lopes, tomei um banho quente e relaxante, que aliviou as tensões do meu corpo.

Hoje, havíamos feito um excelente trabalho. Melhor ainda, eu havia vingado Janaína. Meu humor estava nas alturas.

"Sr. Lopes, tem bebida aqui?"

"Tem, vou beber com você."

"Ah, que ótimo!" - Meus olhos brilharam.

Lembrei que havia visto muitas bebidas finas na casa da última vez. Mal podia esperar para experimentá-las.

Com o tempo que passei ajudando Nelson nos negócios, acabei desenvolvendo uma boa resistência ao álcool.

Abri duas garrafas de vinho com entusiasmo e, ao balançar a taça, disse: "Sr. Lopes, esta taça é para você. Obrigada por sua tolerância e cooperação! Espero continuar aprendendo com você."

Ele sorriu levemente: "Combinado."

Bebi de um gole, e então enchi mais da metade da taça novamente: "Esta taça é para mim."

Eu renasci! Eu sobrevivi!

Nilton apenas concordou comigo: "Tudo bem."

Por fim, despejei outra taça em direção ao céu, em silêncio fazendo um brinde.

'Janaína, esta taça é para você. Espero que você encontre o seu caminho e viva bem na próxima vida.'

Estava prestes a beber quando Nilton falou: "Beba menos, esse vinho é forte."

Sorri para ele: "Não tem problema, eu aguento."

Para provar que aguentava, bebi de uma só vez.

No segundo seguinte, senti o mundo girar.

Ele pareceu sorrir: "É mesmo? Eu era tão assustador assim?"

"Claro! Parecia que você podia me devorar com uma única mordida! Mas sua boca nem é tão grande..."

Estendi a mão para tocar seus lábios. Eles eram macios, com uma cor agradável.

Seus lábios não eram escuros, e sua pele era muito branca, parecendo com a bela divindade dos mangás.

"Por que eu tinha tanto medo de você? Será que você tem presas?"

Enquanto falava, meus dedos já estavam em sua boca, como se buscassem tocar seus dentes.

Incapaz de aguentar minhas investidas aleatórias, ele abriu a boca para me acomodar.

Meu dedo explorava dentro de sua boca.

"Por que suas orelhas estão vermelhas?" - Eu não estava mais raciocinando direito, falando embriagada.

"Deixe-me ver, será que você é um espírito de coelho disfarçado?"

Eu virei a cabeça sonolenta, tentando ver suas orelhas, mas ele virou o rosto e seus lábios tocaram os meus.

Instintivamente, tentei me afastar. Mas ele me puxou para seu abraço, firme e intenso. Sua mão segurou a parte de trás da minha cabeça, aprofundando o beijo.

"Marlene, você estava certa. Eu sempre quis te devorar."