Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 287

Ao ouvir minhas palavras, não apenas desacreditaram, mas também acharam a situação absurdamente engraçada.

"Você entrou? Isso só pode ser uma piada. Olhe você mesma, onde está o seu nome aqui?"

Esta competição era de caráter privado, razão pela qual muitas pessoas, como Renata, participavam com o intuito de aumentar sua visibilidade, optando por usar seus nomes reais.

Por isso Mirella também se apresentava com seu nome verdadeiro, e não pelo apelido "M".

Entre os participantes, o nome Janaína não apareceu do começo ao fim, o que naturalmente fez com que Renata não me levasse a sério.

A sua mãe, Pâmela, fingindo inocência, cobriu a boca e soltou uma risada discreta: "Janaína, todos sabemos que você é altiva e sempre tenta competir conosco, mas em se tratando de pintura, talento não se força."

"Além disso, você já é casada. Deveria ficar tranquila cuidando do marido e da sua família, em vez de se expor ao ridículo... cof, aparecer em público, colocando até mesmo a família Lopes em situação constrangedora."

"Para a família Lopes, Janaína será sempre motivo de orgulho, nunca de vergonha."

Nilton falou firmemente. Ele não tolerava as manipulações da Pâmela, e respondeu à altura: "Sr. Rocha, não é surpresa que Renata seja tão mesquinha em palavras e ações. Com uma mãe como essa, não é de se espantar tais atrocidades."

Se fosse qualquer outra pessoa, Otávio teria revidado na hora. Mas com Nilton, que acabara de assumir a liderança da família Lopes, ele precisou conter sua língua.

Otávio agora não ousava subestimá-lo, e ainda planejava uma parceria com a família Lopes.

Ele teve que ser um pouco mais contido em sua resposta, mas ainda assim mostrou preferência pela mãe e filha:

"Nilton, você não sabe de tudo. Desde criança, Janaína sempre foi inferior à Renata. Apesar de ser duro admitir, elas não estão completamente erradas."

"É evidente que o senhor não conhece sua própria filha, Sr. Rocha. O senhor realmente não faz um papel de bom pai. Não é de admirar que uma filha ilegítima se sinta no direito de dominar a herdeira legítima. A monarquia já caiu há tempos, Sr. Rocha. Hoje em dia, a moda é monogamia, mas parece que você ainda está jogando aquele velho jogo de favorecer concubinas enquanto ignora a esposa."

Essas palavras deixaram Otávio sem como se defender. Ele tentou explicar mais um pouco, mas Nilton imediatamente pegou minha mão e disse:

"Não se preocupe, querida. Se a família Rocha não te valoriza, seu marido valoriza."

Apesar de saber que ele estava provocando Otávio de propósito, senti meu coração aquecido pelas palavras doces de Nilton.

"Obrigada, amor!"

Recentemente, descobri mais sobre aquele homem que havia aparecido no jantar. Ele havia amado minha mãe durante toda a vida, e até agora não havia se casado.

Era evidente que minha mãe estava presa a um casamento infeliz, e meu desejo era libertá-la dessa situação.

Otávio não era digno dela.

Vendo Nilton ao lado, um traço de complexidade passou pelo rosto de minha mãe: "Minha filha, o que está dizendo?"

Para minha surpresa, Nilton respondeu prontamente: "Mamãe, fique tranquila. Se quiser divorciar, farei tudo ao meu alcance para ajudá-la a vencer o processo."

Um vislumbre de surpresa cruzou o rosto de minha mãe. Ela esperava que Nilton, como homem, a aconselhasse a suportar em silêncio pelo bem maior, já que ela representava a família Coelho.

A influência da família Coelho havia diminuído ao longo dos anos, sobrevivendo apenas graças ao apoio contínuo da família Rocha.

Assim, Otávio se aproveitava sem remorso dos esforços de Bianca, mantendo outra família à vista de todos, mas se recusando a divorciar-se dela para continuar colhendo os benefícios de suas relações duplas.