Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 339

Otávio, quando era mais jovem, ainda tolerava essas atitudes, mas agora, já nos seus anos, sua paciência havia se esgotado.

Talvez se mostrar dentro de casa pudesse ser interpretado como uma graça, mas fazer isso em público era simplesmente vergonhoso!

"Como você ousa falar assim com o pai?"

Eu, indiferente, respondi: "Pai? Você alguma vez cuidou de mim por um dia sequer? Se não fosse pela paciência da minha mãe, eu teria te expulsado com um bastão logo no momento em que você entrou."

Otávio sentiu-se humilhado diante de Nilton e, sabendo que ainda teriam que trabalhar juntos, não queria agravar a situação.

Então, com uma expressão severa, lançou um olhar cheio de desprezo para mãe e filha: "Vocês! Voltem para casa e não ousem aparecer aqui novamente!"

"Meu amor!"

"Vão!"

"Haha. Como se eu me importasse de vir aqui." - Renata saiu pisando forte, claramente furiosa. Se eu não estivesse enganada, ela estava a caminho de procurar Carlos para se justificar.

Mirella, suas ameaças não significavam nada para mim.

Mesmo que eu não levantasse um dedo, uma arma muito mais poderosa faria o serviço.

Nem precisei me esforçar muito, ela mesma veio até mim sem pensar duas vezes.

Otávio expulsou as duas, olhando para minha mãe com um ar de quem esperava elogios: "Querida, eu as expulsei. Elas não vão mais te incomodar."

Minha mãe manteve a mesma expressão: "Você acha que é melhor que elas? Para mim, todos vocês são a mesma escória. Agora saia também!"

"Querida, eu sei que houveram mal-entendidos no passado. Veja, as crianças estão aqui, nós..."

"Não me toque! Você me causa repulsa... eu... ah..."

Minha mãe teve uma reação ainda mais forte e foi direto para o banheiro. Otávio a seguiu.

Eu olhei nervosamente para Nilton, pensando que, se minha mãe realmente estivesse grávida, isso arruinaria completamente meus planos.

Eu nem tinha percebido que, subconscientemente, já estava contando para o Nilton:

"Nilton, e se minha mãe estiver realmente grávida...?"

"Não se preocupe com coisas que ainda não aconteceram. Vamos primeiro ao hospital fazer um exame. Leve a sua mãe para fazer um check-up no Hospital Luz."

Eu franzi a testa: "Tem outro hospital de referência mais próximo… bem perto daqui."

O Hospital Luz pertencia ao Grupo Lopes, e a viagem até lá demoraria o dobro do tempo em comparação ao hospital mais próximo.

"Eu posso acompanhar minha mãe durante o exame."

Otávio não se afastou, aguardando do lado de fora da sala de exames.

Após o exame de HCG, enquanto aguardávamos o resultado, perguntei à minha mãe: "Mamãe, você quer estar grávida?"

Ela balançou a cabeça levemente: "Eu não quero mais ter nenhum envolvimento com aquele homem, mas... se realmente estiver grávida, afinal, é uma vida. Espero que seja apenas um problema gastrointestinal."

Estávamos a caminho da sala de ultrassom quando avistamos a Mirella saindo do consultório.

Carlos correu ao seu encontro, ainda sem nos notar, e perguntou ansiosamente a Mirella: "Como está o meu filho?"

Ele segurava a cintura de Mirella, que ainda não mostrava sinais de gravidez, mas parecia extremamente preocupado.

Mirella sorriu feliz: "Como pode ter tanta certeza de que é um menino? Ainda é muito cedo para saber.""

"Não me importo! Você precisa me dar um filho. Esta é minha única chance de manter meu lugar na família Martins..."

Ele foi interrompido pelo grito agudo e furioso de Renata: "Sua vagabunda!"

Renata surgiu do nada e deu um tapa violento no rosto de Mirella.