Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 349

"Eu gosto de tudo o que você faz. Estou com fome..."

"Então vou para a cozinha me ocupar."

Senti o peso sobre mim se aliviar de repente, e corri para fora, alegre.

Nilton era diferente de qualquer homem que eu já conhecera.

Ele não me pressionava, e eu sentia que também precisava fazer algo por ele.

Otávio e minha mãe não estavam na sala, e não me senti à vontade para intervir.

Depois de terminar de cozinhar, subi para chamá-los.

Minha mãe ainda parecia abatida, mas algo brilhante chamou minha atenção: um colar de diamantes cintilava em seu pescoço.

Não precisei pensar muito para saber quem a obrigara a usar aquilo.

Mas minha mãe não era mais a mesma de antes, ela olhou para mim e disse: "Janaína, você pode me ajudar a tirar o colar?"

Otávio a olhou fixamente.

Ela não queria mais participar do seu jogo de obediência.

Eu sorri secretamente: "Claro."

O jantar transcorreu sem incidentes. Nilton foi gentil como sempre, até comeu mais do que o habitual.

Após a refeição, Otávio lançou-lhe um olhar: "Você não vai voltar para a família Lopes?"

Nilton fechou a revista que tinha em mãos: "Minha esposa está onde estou. Onde ela estiver será meu lar. E quanto a você, Sr. Rocha? Onde está a sua casa?"

Quase aplaudi Nilton naquele instante. Sem uma única palavra rude, ele atingiu Otávio direto no coração.

Eu também sorri para Otávio: "Pois é, sua casa não é com a velha donzela e a sua filha? Melhor voltar para logo."

Otávio resmungou: "Esta é a minha casa! Eu não vou a lugar nenhum!"

Depois de dizer isso, subiu as escadas com o rosto fechado. Por um instante, pensei em segui-lo, mas Nilton segurou minha mão com firmeza.

"Os problemas entre marido e mulher não dizem respeito a você. Por pior que seja, seu pai nunca faria mal a uma mulher grávida."

"Tem razão..." - Cocei a cabeça.

"Vamos voltar para o quarto, estou um pouco cansado. Não dormi bem nesses dias em que você esteve fora."

Meu rosto corou novamente.

Meus lábios estavam cada vez mais próximos dos dele.

Um toque de celular urgente de repente soou, era o celular dele.

Frustrado, Nilton franziu a testa, mas me tranquilizou com um sorriso suave: "Espere um momento."

Ele falou como se eu estivesse ansiosa...

No momento em que atendeu a chamada, a voz do outro lado soou clara como cristal.

Eu não queria espionar, mas o quarto estava muito silencioso, e nós estávamos muito próximos.

"Chefe... a família Barbosa está passando por problemas."

Minha respiração parou. Meus olhos instintivamente se voltaram para o celular de Nilton.

"A família Barbosa... sofreu um acidente de carro. Breno... morreu..."

Foi como se um raio atingisse diretamente meu peito.

Breno... ele era meu irmão... na minha vida passada.