Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 399

Os olhos de Nilton brilharam instantaneamente, como fogos de artifício explodindo dentro de suas pupilas ao ouvir minhas palavras.

"É verdade?"

Mas vê-lo tão cauteloso me deixou com o coração apertado.

No passado, meu amor sincero por Nelson foi desprezado, simplesmente porque ele sempre foi o neto mais estimado da família Lopes. Desde pequeno, Dario colocou todas as suas esperanças nele.

Nossa relação desde a infância era admirada por todos.

Ele teve uma vida fácil desde o nascimento, conseguindo tudo o que queria com facilidade.

Nilton, por outro lado, era exatamente o oposto. Sua natureza reclusa e fria vinha da falta de atenção e afeto que sempre sofreu.

Até o amor que sentia por mim ele guardava em segredo.

Mesmo agora, como um magnata dos negócios, dono de uma fortuna bilionária e cercado por pessoas dispostas a bajulá-lo, seu coração ainda parecia vazio.

A simples frase "Eu gosto de você", dita por mim, carregava um significado imenso, capaz de deixá-lo inseguro e descrente.

Apertei sua mão com mais força: "Sim, é verdade... Eu gosto do Nilton."

Ele apertou um pouco mais a cintura ao redor de mim, prometendo com seriedade: "Marlene, eu não tenho muita experiência em lidar com mulheres. Se eu cometer algum erro no futuro, por favor, me avise. Talvez eu não seja perfeito... Mas eu serei o melhor para você."

Ouvindo as palavras cuidadosas desse homem, meu coração derreteu, e eu me aconcheguei nele: "Nilton... Em todos os aspectos, você já é o melhor."

Após aquela conversa sincera, o último obstáculo entre nós havia desaparecido.

Passamos uma tarde tranquila em nosso pequeno mundo, mas nossa paz foi interrompida por uma ligação urgente de um dos empregados.

"Senhorita, por favor, venha rápido! A Srta. Renata está aqui fazendo um escândalo, não conseguimos contê-la!"

Franzi a testa ao encerrar a ligação. Renata, essa inconsequente...

Graças a Deus, Nilton tinha deixado dois seguranças com minha mãe. Apesar dos gritos histéricos de Renata, os empregados e seguranças conseguiram mantê-la afastada.

Minha mãe estava pálida e visivelmente perturbada pelo tumulto, claramente afetada por não estar bem de saúde.

"Continue quebrando... Depois quero ver como você pretende pagar por isso!"

Disse friamente, amaldiçoando Renata por sua estupidez.

Com esse comportamento, era apenas questão de tempo para Otávio finalmente desistir dela de vez. A menos que ela conseguisse o impossível - forçar Otávio a se divorciar da minha mãe. Isso, sim, seria uma façanha impressionante.

Quando seus olhos encontraram os meus, ela se voltou para mim com uma expressão carregada de ódio: "Janaína, sua desgraçada! Eu também sou filha do papai! Como você pode me tratar assim?"

Já estava ciente de sua situação. Ela e sua mãe haviam sido expulsas de casa e estavam vivendo em um hotel.

Atualmente, elas ainda tinham cerca de quarenta mil reais disponíveis, uma quantia mais do que suficiente para alugar um bom apartamento em um bairro decente.