Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 440

Gustavo estava, surpreendentemente, em boa condição física e não desmaiou de raiva.

Ele segurou o peito e disse, irritado: "Você está fora completamente fora de si! Ele simplesmente deu um tapa na Janaína, e você cortou um dedo dele!"

"Gustavo, você está completamente enganado. Primeiro, eu planejava cortar não um, mas cinco dedos, um por um, para que ele sentisse não só o medo, mas a dor multiplicada."

Nilton, enquanto limpava a faca com um pano, falou com calma: "Em segundo lugar, ele perdeu apenas uma mão, enquanto minha esposa foi atingida por um tapa!"

Essas palavras...

Todos presentes ficaram perplexos. Ele estava confundindo alguma coisa?

Será que a palma do tio era menos importante do que o tapa que eu havia recebido?

Todos pensaram que ele havia cometido um erro, mas Nilton falava sério, sem mostrar sinais de engano!

Ele parecia acreditar com tanta convicção que eu era sua prioridade, o mais precioso, intolerante com qualquer afronta.

Ele até me afastou de propósito, para que eu não ficasse assustada.

Não era como Nelson, que me permitia ser humilhada repetidamente.

Nilton, aparentemente tranquilo, realizava ações tão extremas e loucas.

Ele não permitiria que eu sofresse, porque ele sempre tomava uma atitude imediata, vingando qualquer ofensa sem esperar pelo dia seguinte.

Enquanto limpava calmamente o sangue, Nilton hesitou um pouco em fazer o segundo corte, deixando o tio aterrorizado, aguentando a dor enquanto implorava por misericórdia.

"Sr. Coelho, você sente dor? Quando você bateu na Janaína, pensou que ela também sentiria?"

Gustavo gritou furioso: "Foi só um tapa! E você cortou o dedo do meu filho! Isso é uma comparação justa?"

"Então, o senhor acha que um tapa não dói?" - Eu sabia que o patriarca estava acabado quando Nilton o olhou com aquela calma ameaçadora.

Ele não pretendia fazer nada, mas há pessoas que simplesmente provocam esse tipo de reação!

"Ivan, mostre ao senhor se um tapa dói ou não."

"Sim, senhor."

Eu já havia visto Ivan bater na Renata com força, e, com certeza, aquele tapa não foi leve.

Não sabia se Gustavo aguentaria!

Ele sempre se comportou de maneira arrogante, mas não esperava ser derrotado por Nilton naquele momento.

"Você! O que vocês estão tentando fazer? Nilton, você não pode mexer..."

"Plaft!"

Ele não falou mais nada, não fez mais barulho, se comportou como uma criança apanhada.

Nesse momento, ouviu-se a porta da frente abrir.

Otávio entrou e ficou chocado com a cena de destruição. Havia água e sangue espalhados por todo lado.

Algumas pessoas estavam deitadas, outras ajoelhadas, e outras com os rostos tão inchados...

Seu pai estava com metade do rosto inchado, e seu genro estava sentado numa cadeira de rodas, ainda com uma faca na mão.

"O que aconteceu aqui?" - Ele parecia completamente confuso.

Era uma cena tão bizarra que, mesmo em sonhos, seria difícil de imaginar!

Ao verem ele chegar, o tio e sua esposa o encararam como se vissem um salvador.

"Otávio, você finalmente chegou! O irmão... teve o dedo cortado por Nilton! E não é só isso, ele também bateu no nosso pai! Você sabe quantos anos ele tem? Ele quase o matou!"

"Otávio, você precisa nos ajudar! Viemos aqui para jantar em família, e esse homem foi tão cruel e desumano, agindo como se fosse o dono do lugar, nos desrespeitando e nos agredindo!"

Otávio olhou para Nilton, com o rosto tenso: "Você não acha que me deve uma explicação?"

Nilton, de forma calma e deliberada, jogou o pano que usava para limpar a faca de lado e, com uma expressão serena, respondeu: "Pai, como pode ver, estou apenas organizando a disciplina da família."