Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 466

Eu não tinha a intenção de provocá-la, mas a cena acabou sendo tão semelhante àquela vez…

Só que, desta vez, a pessoa que estava no chão, sangrando e implorando por misericórdia, era ela, e eu, de cima, a observava fixamente.

Minha expressão certamente não era tão arrogante e prepotente quanto a dela, que zombava de mim enquanto eu sangrava, tentando me impedir de fugir.

"Meu filho, meu querido filho… Janaína, por favor, salve o meu filho..."

Sua voz me trouxe de volta à realidade. Eu pressionei o botão de chamada, e a equipe médica chegou a tempo para socorrê-la.

Joaquim já tinha ido embora, e os seus dois irmãos ainda tinham que lidar com o grande problema que ela havia causado.

Naquele momento, não havia ninguém ao lado dela.

Eu a observei ser levada para a sala de emergência, enquanto o chão do hospital ficava coberto por manchas vermelhas intensas.

Sem perceber, toquei meu ventre, pensando repetidamente no dia em que perdi meu filho.

"Janaína." - Uma voz familiar soou ao meu lado, e então eu levantei minha cabeça.

A mão grande de Nilton acariciou minha bochecha, e seu polegar gentilmente enxugou minhas lágrimas.

Foi nesse momento que percebi que estava agachada ao lado da mancha de sangue, chorando há bastante tempo.

"Eu… eu estou bem."

Eu me levantei, limpando meu rosto de qualquer maneira.

"Vamos, se ficarmos mais tempo aqui, vamos acabar chamando atenção."

"Certo." - Eu o segui, ainda um pouco atordoada.

No carro, Nilton tentou acalmar meu coração atribulado: "Eu organizei tudo no hospital. A família Barbosa negligenciou o cuidado com ela, e é possível que alguém da organização dela tente se aproximar. Quanto a Leonardo, ele acabou de sair da mesa de cirurgia. Eu o enviei de volta para a família Lopes em nome do Nelson, mas ele ainda está sob efeito da anestesia, então por enquanto não podemos obter nenhuma informação dele."

"Certo." - Concordei, com a mente ainda confusa.

Ao passar por uma floricultura na esquina, de repente gritei: "Pare aqui."

Ivan se assustou com meu grito, parou o carro rapidamente, e eu saltei para comprar um buquê de flores: "Nilton, eu quero visitar o Lúcio."

"Claro, eu vou com você."

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