Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 472

Ao ouvir isso, senti meu coração afundar de maneira abrupta.

Há alguns anos, Marcelo havia ido para o exterior em busca de desenvolver sua carreira, e nossa relação esfriou bastante. Nunca imaginei que, logo após seu retorno ao país, ele seria assassinado.

Lembro-me de como ele era apaixonado por motocicletas, uma paixão que, nos últimos dois anos, ele havia moderado.

Quando eu estava aprendendo a andar de bicicleta, ele me ensinava pacientemente, repetindo o processo incansavelmente.

Pensei que nunca mais teria qualquer envolvimento com a família Barbosa, mas ao ouvir sobre a morte dele, senti um peso no coração.

Eles eram tão jovens.

Demorei um momento até conseguir falar novamente: "Ele... Como ele morreu?"

"Ele caiu na água bêbado e, quando foi encontrado, já estava sem vida."

"Você acha que ele seria tão imprudente a ponto de cair na água em pleno inverno? Alguém deve tê-lo matado! Mas o Leonardo está preso, e a Mirella está no hospital. Quem poderia ser?"

"Aquela organização não se limita apenas a essas poucas pessoas que estão a seu serviço."

Nilton me abraçou levemente: "Marlene, acabamos de saber da morte dele, por isso eu também não sei muitos detalhes. Não adianta ficarmos fazendo suposições agora."

Eu segurei firmemente a roupa de Nilton: "O que exatamente a família Barbosa fez para merecer tamanha crueldade?"

Nilton suspirou, incapaz de responder à minha pergunta naquele momento.

Tudo o que ele pôde fazer foi acariciar meu cabelo: "Marlene, não fique assim."

Eu tinha acabado de acreditar que havia vencido uma batalha contra Mirella, mas isso apenas acabou acelerando as ações contra a família Barbosa.

Eles eram loucos! Cruéis e desumanos.

Eu expus intencionalmente minha posição para Leonardo, para testá-los, e isso mostrou que eles não sabiam que eu tinha renascido. Por isso, estava segura por enquanto.

Mas a família Barbosa estava em perigo!

Especialmente a avó, que Mirella odiava tanto. Eles certamente não a poupariam.

"Durma..." - ele sussurrou enquanto acariciava minhas costas.

Na escuridão do quarto, após apagar a luz, senti-me aprisionada em uma teia invisível, sufocada, sem conseguir respirar.

O aroma suave do incenso acalmou os meus nervos tensos, e finalmente consegui adormecer.

Após uma noite de sonhos perturbadores, acordei com uma dor de cabeça insuportável, mas não conseguia recordar nenhum dos sonhos.

Olhei o relógio e percebi que já era meio-dia.

Nilton não estava mais ao meu lado.

Pensando na morte de Marcelo, uma tristeza profunda tomou conta de mim, sem espaço para alegria.

Quem seria o próximo?

Fui visitar novamente o Leonardo. Seu rosto queimado estava exposto ao ar. Depois de observá-lo por algum tempo, percebi que, embora ainda me causasse repulsa, ele já não me parecia tão grotesco como no início.