Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 530

Eu estava desesperada, pois a alma de Janaína havia partido, e, se eu não conseguisse retornar a tempo, seu corpo se deterioraria rapidamente, transformando-se em um cadáver.

Como isso pôde acontecer?

Se eu soubesse que algo assim aconteceria, nunca teria ido até o local.

Eu estava completamente perdida, girando em círculos de desespero. Quem poderia me orientar sobre o que fazer para voltar?

Nelson não entendeu muito bem: "Tio Nilton, a Marlene vai acordar daqui a pouco."

Se iria acordar ou não, ninguém sabia, mas o Nilton não podia arriscar.

Ele me levou ao hospital mais próximo, onde fui submetida a uma série de exames, todos indicando que meu corpo estava bem, exceto pelo fato de eu estar em coma.

O mais estranho era que, por mais que os médicos tentassem, não conseguiam me acordar.

"Isso é muito estranho. Claramente ela está apenas em coma e seu batimento cardíaco está normal, por que ela não acorda?"

"Exatamente, eu nunca vi nada parecido, Sr. Lopes, talvez devêssemos esperar um pouco mais. Vamos continuar observando. Quem sabe a Sra. Lopes não acorda sozinha? Veja, os eletrocardiogramas e os outros exames estão todos normais."

Com os valores todos normais, eles não poderiam recorrer a medidas mais extremas.

No começo, Nelson acreditou que não fosse nada sério, imaginando que eu estivesse apenas agitada demais, o que teria causado o desmaio. No entanto, agora ele também começava a perceber que algo estava realmente errado.

Naquela noite, ambos ficaram no hospital comigo, esperando que eu acordasse.

Meus olhos estavam bem fechados, como se eu estivesse dormindo.

Nilton passou a mão em meu rosto várias vezes, falando sem parar em meu ouvido: "Marlene, você está me ouvindo?"

"Estou ouvindo você, Nilton. Estou aqui!" - Gritei com toda a força do meu corpo, mas nenhum deles conseguiu ouvir minha voz.

A sensação de solidão, de ter sido abandonada pelo mundo, me invadiu novamente.

Se eu não tivesse renascido e sido amada pelo Nilton, talvez estivesse acostumada com essa solidão.

Mas como eu poderia suportar essa escuridão agora, depois de sentir o calor de seu abraço?

Os olhos de Nelson se arregalaram: "Tio Nilton, o senhor desconfia que a alma de Marlene tenha saído do corpo de Janaína?"

O olhar de Nilton se voltou em minha direção e ele informou: "Tenho a sensação de que ela está aqui."

Eu realmente queria chorar, mas não conseguia derramar uma única lágrima.

Nilton e Nelson eram diferentes.

Mesmo depois de acompanhar o Nelson por um mês, ele não percebeu a minha existência. Mas o Nilton conseguia sentir!

Se não fosse pelo fato de eu saber que ele não podia me ver, eu teria imaginado que seu olhar era um sinal de que ele havia me visto.

Ele suavizou sua voz e perguntou novamente: "Marlene, você está aí? Preciso de sua resposta."

Contive a emoção triste e criei uma rajada de vento sem nome.

De repente, as três velas da sala se apagaram.