Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 532

Nilton se lembrou de algo com esse lembrete.

"Vovó!"

Sim, naquela época minha avó estava por um fio. Ela não só podia me ver como também ouvir minha voz.

Eu também havia lhe dito isso.

Nilton olhou para Ivan: "Traga mais seguranças, temos que proteger Janaína a todo custo."

"Entendido, senhor, eu mesmo ficarei de olho."

"Prepare o carro, tenho que sair."

Nilton queria me levar até minha avó, e Nelson, não querendo voltar para a família Lopes, decidiu acompanhá-lo.

Nilton estava aparentemente calmo, mas por dentro estava muito nervoso.

Ele carregava uma vela e perguntava a cada dez minutos.

"Marlene, você está aí?"

Quando a vela se apagava, ele relaxava um pouco.

Ele estava realmente preocupado que eu não o seguisse.

Um homem tão cauteloso.

Eu só havia lhe dito antes que gostava dele.

Mas depois desse incidente, eu realmente queria contar a ele.

Nilton, eu amo você.

Eu tinha medo de não ter essa chance novamente.

Não era de se admirar que Leonardo, antes de morder a língua, tenha deixado essas palavras para trás. Ele não queria deixar nenhum arrependimento para si mesmo e para Mirella.

Sempre pensei que, quando eu estivesse no corpo de Janaina, tudo estaria decidido.

Toda a minha atenção estava voltada para a vingança e para a descoberta da verdade. Eu estava aproveitando de forma gananciosa o carinho do Nilton por mim.

Sempre achei que tínhamos todo o tempo do mundo. Eu tinha apenas 20 anos, e parecia ter muito tempo para desenvolver nosso relacionamento.

No local, havia uma equipe de terapia profissional para cuidar da recuperação tranquila da vovó.

Naquele momento, ela já estava dormindo, mas Nilton não estava preocupado com isso.

Marta vestiu um casaco e, esfregando os olhos com uma expressão confusa, perguntou: "Sr. Lopes, o que está fazendo aqui?"

"Quero ver a vovó."

Vendo a urgência tanto de Nilton quanto de Nelson, Marta acabou levando os dois para dentro.

Assim que entrei no quarto da minha avó, percebi que o Nilton havia cuidado muito bem dela.

O quarto havia sido organizado de forma muito acolhedora. Eu queria vê-la há muito tempo, mas tinha medo de expor sua localização e colocá-la em risco.

Era por isso que eu tinha me contido ultimamente.

Corri desesperadamente em direção à cama onde a vovó estava deitada.

"Vovó, estou de volta!"