Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 539

No hospital.

Bianca e Otávio já haviam chegado. Quando Bianca olhou para Janaína dormindo na cama, imediatamente sentiu seus olhos se encherem de lágrimas.

"Janaína, o que aconteceu com você?"

Ela conhecia o meu segredo, mas Otávio não. Quando viu Janaína, com a aparência tranquila de quem apenas dormia, ele não se preocupou.

Ele sussurrou no ouvido de Bianca: "Não se preocupe. O Ivan disse que Janaína está apenas em coma. Não é nada sério."

Ao ouvir suas palavras minimizadas, Bianca se virou abruptamente e o encarou com raiva: "Cale a boca! Que direito você tem de falar assim?"

Otávio achou que era apenas a instabilidade hormonal da gravidez e não se irritou: "Ok, tudo bem. A culpa é minha, não se irrite."

Ao ver que ele não sabia de nada, Bianca ficou ainda mais furiosa: "A culpa é toda sua, seu idiota! Foi você quem colocou Janaína nessa situação! Saia daqui! Eu não quero mais te ver!"

Otávio não fazia ideia do quanto ela estava aterrorizada. Já havia perdido Janaína de certa forma. Pelo menos, o corpo de Janaína ainda estava ali, e ela tinha algo ao qual se apegar. Se até mesmo aquele corpo desaparecesse, seria uma perda definitiva.

Foi então que Nilton abriu a porta do quarto, foi empurrado para dentro e disse: "Mãe, acalme-se um pouco. Eu preciso da ajuda do Sr. Rocha."

Otávio também sentiu que algo estava errado: "Vocês estão escondendo alguma coisa de mim?"

Embora o médico tivesse dito que Janaína apenas desmaiara, a expressão agitada de Bianca e o fato de Nilton tê-los chamado para o hospital antes do amanhecer também despertaram sua desconfiança.

Seu olhar se alternava entre Nilton e Bianca. Que segredo Janaína estava escondendo?

Nilton trocou um olhar com Ivan, que acenou com a cabeça e saiu, pedindo para que os seguranças protegessem o quarto.

Bianca agarrou o braço de Nilton: "Nilton, conte-me a verdade, o que realmente aconteceu com Janaína? Eu aguento."

"Mãe, não se preocupe, ela está bem. Só precisamos de um favorzinho seu e do pai."

"Que favor? Fale."

Sua imagem de mim permaneceu daquela grande foto em meu funeral, pendurada no salão principal.

Embora Janaína e eu fôssemos parecidas, éramos claramente duas pessoas diferentes.

Ela caminhou lentamente até mim, incrédula, e perguntou: "Você é... você é a Marlene?"

"Que Marlene? A Marlene não estava morta..." - A voz de Otávio parou abruptamente e ele me encarou.

Eu era diferente dos humanos, vestindo um vestido branco, com os pés descalços sobre o chão limpo e brilhante, sem sombra alguma sob meus passos.

"Você é o espírito da Marlene?"

Afinal, ele já havia enfrentado muitas situações difíceis e, embora isso parecesse absurdo para ele, Otávio permaneceu relativamente calmo.

"Nilton, que brincadeira é essa que vocês estão armando? Qual é a relação da minha filha com essa Marlene que morreu?"