Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 542

Nas primeiras tentativas, por algum motivo, não consegui me conectar ao corpo de Janaína. Talvez devido à pedra da Fixação de alma, desta vez, assim que me aproximei dela, uma força misteriosa me puxou de volta para o corpo de Janaína.

A consciência teve aquele breve momento de afastamento, e quando abri os olhos novamente, me deparei com o olhar preocupado de Bianca.

"Mamãe."

Bianca me abraçou com força: "Você finalmente acordou, eu estava com tanto medo."

Otávio não disse nada, apenas se sentou ao meu lado, olhando para mim.

Eu sabia que não era para mim que ele estava olhando, mas para sua filha.

Infelizmente, o amor paterno que chegou tarde demais não pôde ser aceito por Janaína.

Puxei minha mãe para se sentar e toquei sua barriga: "Me desculpa por preocupá-la. Acabei também assustando os pequeninos, certo?"

Ainda não havia movimento em sua barriga, mas ela já estava visivelmente arredondada.

"Eles ainda são pequenos, não entendem nada." - Os olhos de minha mãe estavam cheios de amor.

Ela nunca se importou em saber o sexo das crianças. Para ela, o que realmente importava era que fossem o que fosse - meninos ou meninas - eram tesouros que ela desejava ter.

Ela não permitiria que a tragédia de Janaína acontecesse novamente.

"Marlene, você está bem? Está sentindo alguma coisa?"

"Não, mamãe. Pode ficar tranquila."

Olhei para o relógio. Eles tinham um voo ao meio-dia: "Mamãe, está ficando tarde. Eu deveria levá-la ao aeroporto."

Bianca acariciou minha bochecha gentilmente: "Descanse. Com o Nilton ao seu lado, posso ficar tranquila. Seu pai e eu estamos indo para o aeroporto agora."

Levantei-me e a abracei: "Mamãe, a partir de agora você estará livre para escolher o seu caminho, aquilo que te fizer feliz. É isso que tanto eu quanto a Janaína desejamos para você."

Minha mãe, com lágrimas nos olhos, acenou com a cabeça: "Obrigada."

"A Cidade Nova não está muito segura no momento, por isso viva no exterior por enquanto. Quando as crianças nascerem, eu irei visitá-las."

Ela sabia que eu ainda tinha muito a fazer, e a preocupação era visível em seus olhos, mas não conseguia me convencer a desistir.

Ele sabia que não conseguiria segurá-la por mais tempo.

Quando ela se foi, uma sensação de alívio tomou conta de mim.

Não precisava mais me preocupar com o risco de minha mãe e minha avó serem arrastadas para aquele turbilhão de caos.

Depois de me despedir, virei-me e vi o homem sentado na cadeira de rodas, olhando para mim com ternura.

Após passar por essa provação, entendi ainda mais o quanto ele se importava comigo, e o medo que ele tinha de me perder.

Corri até ele, chamando o seu nome com urgência: "Nilton."

Nos abraçamos com toda a força que nossa conexão podia oferecer, uma mistura de fervor e paixão.

As lágrimas escorreram livremente, descendo pelo pescoço dele.

Com a voz embargada, sussurrei: "Estou feliz por ter a chance de abraçá-lo novamente."