Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 562

Talvez tenha sido por causa da primeira impressão não muito boa que tive de Antonio que acabei desenvolvendo uma certa desconfiança em relação a César também.

Embora ele parecesse muito prestativo, depois de testemunhar o lado sombrio da humanidade, eu não podia mais simplesmente rotular alguém como inofensivo com base em suas ações.

Os verdadeiros demônios sempre se disfarçam sob a pele humana para enganar os outros.

Quando ele me colocou no chão, senti uma sensação estranha, mas familiar, de calor vindo de baixo.

Jesus, não me diga que minha menstruação havia descido?

Nilton tinha prometido me levar a um médico, mas minha menstruação acabou descendo antes que pudéssemos ir.

E estava doendo muito mais do que antes.

Era claro que isso se devia à saúde frágil de Janaína, que provocava irregularidades menstruais e cólicas intensas.

O médico da universidade me fez algumas perguntas e eu respondi honestamente.

Ele me receitou alguns analgésicos: "Não se preocupe, todas as mulheres passam por isso. Apenas evite cafeína e comer coisas muito salgadas. Você ficará bem."

Foi só então que César, com um atraso, coçou a nuca, com as orelhas ficando vermelhas.

"Sinto muito, pensei que fosse algo mais sério."

Eu nem sabia que minha menstruação estava chegando hoje e não tinha nenhum preparativo em minha bolsa. Se eu chamasse o segurança, estaria em um estado crítico quando ele chegasse. Então, pedi a ele que me fizesse esse favor.

Em geral, aqueles que podiam ser monitor da turma, além de serem bem relacionados, também tendiam a ser prestativos.

Em questão de minutos, ele voltou com um saco preto nas mãos, entregando-o a mim com o rosto completamente corado.

Olhei para ele por alguns segundos. Se ele realmente era irmão de Antonio, a diferença de personalidade entre eles era enorme.

"Janaína, por que você está me olhando assim? Há algo em meu rosto?"

"Obrigada."

Peguei o saco e fui ao banheiro.

Ele me ofereceu uma bolsa de água quente: "Aqui está uma bolsa de água quente. Talvez você se sinta melhor."

Olhei para ele com desconfiança: "Como você conseguiu uma bolsa de água quente tão rapidamente?"

"Perguntei o que seria bom para as outras meninas da classe. Nossa classe é como uma grande família, e todos se ajudam. Ah, você ainda não entrou no grupo, não é? Vou adicioná-la."

"Tudo bem."

Peguei meu celular e trocamos contatos, permitindo que ele me adicionasse a alguns grupos.

Eu não sabia se ele estava tão entusiasmado com todos ou se tinha alguma intenção por trás de sua atenção em relação a mim.

Mantive a calma e segui o fluxo.

"Obrigada, César. Não estou me sentindo muito bem, por isso pedi licença. Então, vou indo."

"Ok, se houver algo na universidade, eu te aviso. Descanse bem. Precisa que eu chame um uber para você?"