Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 564

Eu ainda estava pensando nos assuntos da família Monteiro quando notei que a expressão do Nilton havia mudado.

Seu rosto voltou ao semblante frio de sempre, com uma força imponente vindo em minha direção, causando um arrepio na minha espinha.

Quanto tempo fazia que eu não via aquele olhar nele?

Levantei-me apressadamente e abracei seu pescoço: "Gosto do Nilton assim, maduro e estável. Seja sombrio ou alegre, gosto de você de qualquer maneira."

Foi então que a expressão de Nilton se suavizou um pouco.

Também dei um suspiro de alívio. Nilton e eu havíamos crescido em ambientes diferentes, ele nunca havia sido amado, o que o fez desenvolver uma natureza temerosa de ganhar e perder.

Entendia seu medo de me perder ou de que eu mudasse meu coração.

Essa era uma questão delicada para ele, não algo que poderia mudar em poucos dias.

Ele passou tantos anos esperando por mim que, naturalmente, eu poderia usar toda a minha vida para aquecê-lo e mudá-lo.

Para que ele saiba que meu afeto por ele não vem da gratidão, mas de uma apreciação genuína de sua personalidade.

Nilton, que antes se sentia um pouco brusco comigo, colocou o braço em volta da minha cintura: "Sinto muito, eu a assustei?"

Eu me aconcheguei em seus braços: "Eu já disse, não importa como você seja, Nilton, eu gosto de você. Mesmo quando você está com raiva, isso lhe dá um certo charme."

Ele tocou gentilmente meu nariz: "Com essa conversa tão doce, sua barriga ainda está doendo?"

"Está doendo! Está doendo muito. Preciso que meu marido me faça uma massagem."

Seus olhos se arregalaram um pouco: "Do que você me chamou?"

"De que outra forma eu poderia chamá-lo? Somos um casal legalmente casado. Eu o chamei de marido!"

Nilton apertou meu queixo e me beijou: "Marlene, você pediu por isso."

No final, paramos de ofegar, e ele se afastou com dificuldade: "Vou ver a vitamina que deixei para você na cozinha, espere um momento."

Toquei meu rosto ainda corado, pensando em como ele era um homem gentil e atencioso.

Antes, eu achava minha menstruação um incômodo, especialmente em eventos sociais, e quase sempre não conseguia evitar completamente o consumo de chocolate.

Eu ainda não havia terminado o trabalho quando recebi uma mensagem de César.

[César: Janaína, temos uma reunião de classe hoje à noite. Se você estiver se sentindo melhor, venha e se junte a nós. Eu lhe envio o endereço.]

[Tudo bem, estarei no local combinado na hora.]

Eu não tinha muito interesse naqueles colegas, mas, querendo me aproximar de César, concordei.

Depois de desligar, expliquei ao Nilton: "Hoje tem reunião da turma. Vou sair para jantar."

"Quando terminar, irei buscá-la."

Na hora marcada, o motorista me levou ao restaurante.

A porta da sala de eventos estava aberta e, do lado de fora, pude ouvir os cumprimentos de meus colegas: "Renata, eu realmente a invejo, não só por ser a herdeira de um conglomerado internacional, mas também por ter um noivo tão rico. Soube que você até doou um prédio para a universidade, você é muito bonita e gentil."

"Isso mesmo. E, por falar em sobrenomes idênticos, por que essa Janaína é tão arrogante? Ela só esteve na faculdade meio período e já tirou uma licença, nem sei qual é a dela."