Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 567

Fiquei perplexa com sua atitude repentina. Nilton nunca foi uma pessoa impulsiva. Sempre foi gentil e atencioso comigo, mesmo em particular.

Era difícil associar essa atitude a ele.

Quando a porta do carro se fechou, ele finalmente me soltou.

Olhei para ele com cautela e perguntei: "Nilton, aconteceu alguma coisa?"

Ele acariciou meus lábios e sorriu levemente: "Eu estava apenas verificando se você tinha bebido escondido."

Foi então que entendi e me apressei em explicar: "Só tomei três goles! Sério! Não bebi nem a metade de um copo. Conheço meus limites com o álcool, não me atrevo a ultrapassá-los quando estou fora de casa."

"Aconteceu alguma coisa esta noite? César disse alguma coisa para você?"

"Além de ficar um pouco entusiasmado, não notei nada de estranho. Mas a Renata..."

Contei a ele sobre a Renata e, quando me lembrei da expressão dela ao fechar a conta, não pude deixar de rir.

"Esse ainda é um problema deixado por Otávio."

Suspirei: "Era tudo uma farsa, exceto pelo amor verdadeiro que ele tinha pela filha. Ele simplesmente tirou todos os benefícios materiais, o que deu uma chance à Renata."

"Um escândalo como esse tem um impacto enorme em uma empresa de capital aberto. Estávamos prestes a colaborar, e se algo assim acontecesse, com as ações caindo e o valor de mercado evaporando, não apenas Otávio se tornaria motivo de chacota, mas a empresa sofreria enormes perdas. Otávio é um homem de negócios, e revelar a verdade não traria nenhum benefício."

"Receio que Pâmela ainda esteja envolvida com seu antigo amante. Só não sei se o amor de sua vida algum dia voltará para se casar com ela."

"Se um homem realmente quiser se casar com você, mesmo que você tenha se reencarnado, ele certamente a encontrará, certo?"

Eu sorri levemente: "Sei que você é o melhor para mim!"

Não apenas o melhor, mas estar com ele era a maior sorte da minha vida.

Pâmela nunca teve sua chance na juventude, e agora que estava mais velha, as coisas provavelmente não seriam fáceis. Renata não teve escolha a não ser se apegar a Carlos.

"Devo lidar com a Renata? A fofoca que ela está espalhando é uma calúnia contra você."

"Não é necessário. Deixe-a continuar. Estou curiosa para ver qual será o fim dela depois de toda essa confusão. Quando os céus desejam a destruição de alguém, eles primeiro o fazem enlouquecer."

Sentei-me em seu colo e beijei sua bochecha.

"Nilton, eu realmente gosto muito de você."

Todos os dias eu digo a ele o quanto o amo.

Talvez em breve ele não se sentisse mais tão inseguro.

Que homem adorável. Ele só precisava de um beijo meu para ficar corado.

Estávamos prestes a aprofundar a conversa quando o celular dele tocou.

"Nilton, é o telefone."

"Não importa."

Mas o toque parou e logo voltou a soar. Empurrei-o com cuidado para se levantar para atender: "Pode ser algo importante, certo?"