Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 633

"O que foi, Janaína, você parece ter medo de mim?" - Ele se aproximou com um sorriso.

Era um sorriso brilhante, mas, através do filtro da família Monteiro, ele parecia um esqueleto aterrorizante usando uma pele humana.

Seu sorriso era como uma flor que brota da lama da morte.

Suprimi meu desconforto e sorri de volta: "Estou um pouco surpresa, não esperava encontrar você aqui, César."

Ele pegou um pequeno prato de bolo e me ofereceu: "Eu vim com meu irmão para discutir uma parceria. Ele acha que eu já estou na idade de me envolver em alguns projetos comerciais. Janaína, você gosta de bolo?"

Como eu ousaria comer o que ele me ofereceu?

Temia que acordasse com a pele pela metade após comer e ele ainda perguntasse se gostei do bolo.

"Não é que eu goste, é só que estava com um pouco de fome. Já comi o suficiente, obrigada, César. Se for muito doce, melhor não comer muito, para não engordar."

Ele naturalmente retirou a mão: "Entendi, então vou comer sozinho."

"César, quanto tempo pretende ficar em Vila Serena do Vale?" - aproveitei para perguntar.

"Dependerá da agenda do meu irmão, não tenho certeza."

Já que Antonio também estava em Vila Serena do Vale, perguntei: "E Cátia, ela veio também?"

César não respondeu diretamente à minha pergunta, mas me lançou um olhar significativo: "Por que você se importa tanto com ela?"

"Na última vez, ela estava emocionalmente devastada e parecia perigosa. Eu temo que ela tenha depressão. Eu também sofri com depressão por um longo tempo e até pensei em suicídio para deixar este mundo. Por isso, sinto uma empatia especial por ela."

"Janaína é realmente uma pessoa bondosa. Mas fique tranquila, o meu irmão a ama muito, ela está bem."

Se ela realmente estivesse bem, não teria chorado daquela maneira. Ele deliberadamente desviou do assunto, mas eu não insisti.

"Que bom, vou procurar meu marido. Com licença, César."

"Fique à vontade." - Ele deu espaço para eu passar.

Um homem vestindo um terno preto estava sentado em frente ao Nilton; ele até usava gravata e camisa da mesma cor escura.

No momento em que entrei, ele olhou na direção da porta com um olhar tão ameaçador que me deu calafrios.

Que olhar assustador!

Eu nem sabia se deveria mover minha perna esquerda ou direita, fiquei paralisada por três segundos, sem ousar fazer um movimento brusco.

Nilton rapidamente falou: "Janaína, venha aqui e conheça o Cássio."

Finalmente, dei passos lentos na direção dele e disse: "Olá, Cássio."

Ele estendeu a mão, sua voz era fria: "Cássio Queiroz."

Sua personalidade era frio e imponente, com uma aura de autoridade que parecia vir de alguém acostumado a batalhas, fazendo com que fosse difícil para as pessoas comuns suportarem sua presença.