Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 642

Ela retirou o olhar e sorriu: "Senhora Rocha, não sabia que a senhora viria, nem do que gostava de comer, por favor, perdoe-me."

"Ouvi Nilton dizer que o senhor Ferro o salvou há anos atrás, e desde então frequentemente se veem, ele já os considera como família, onde já se viu família ser tão formal?"

Natália revirou os olhos depois de ouvir o que eu disse: "Hipócrita."

"Natália, não deve ser mal-educada, senhora Rocha, descanse um pouco, venha me ajudar na cozinha."

"Tia Simone..."

"Venha logo." - Simone colocou o prato de frutas de lado e, ao sair, lançou um olhar severo a Natália.

Esse olhar me fez sentir um frio na espinha.

Se o olhar de Antonio me fazia pensar em uma cobra venenosa escondida em uma caverna, então Simone era como a lendária mulher das neves.

Com uma beleza incomparável, ela era cruel e impiedosa ao tirar vidas.

Ela me dava uma sensação de imprevisibilidade, e subconscientemente eu ficava na defensiva com ela.

Natália claramente temia ainda mais essa tia, e embora relutante, não ousava desobedecê-la.

Vinicius e eu conversamos bastante, descobri que ele era muito culto.

Ele era muito gentil, como um vizinho amável e amigável.

Quando Nilton jogava xadrez com ele, eu ficava por perto oferecendo frutas.

A família Ferro era bem diferente do que eu havia imaginado, pensei que esta viagem seria tumultuada, mas percebi que Nilton e a família Ferro se davam muito bem sem a presença de Natália.

Várias vezes, enquanto eles se concentravam no tabuleiro, eu sentia como se realmente fossem uma família.

Muito mais harmoniosos do que quando ele estava com a família Lopes.

Simone preparou uma mesa cheia de pratos, dos quais oitenta por cento eram do gosto de Nilton.

Se não fosse coincidência, então foi feito especialmente para ele.

E a família Ferro, apesar de não ser pequena, claramente tinha empregados, mas Simone ainda insistia em cozinhar pessoalmente.

Quanto a Natália, eu poderia encontrar uma desculpa, ela queria agradar Nilton, conquistar o coração do homem pelo estômago.

Mas e Simone? Ela não tinha essa necessidade, seria apenas hospitalidade?

"Nilton, experimente a sopa de costela com lotus, eu que fiz." - Natália se aproximava insistente, ignorando completamente a recusa de Nilton.

Parecia que, enquanto ela fosse persistente, conseguiria o que queria.

Nilton ignorou a sopa que ela oferecia e me disse: "Janaína, eu quero sopa de peixe."

"Certo, vou pegar para você."

Eu peguei mais alguns pratos que Nilton gostava de comer, do início ao fim ele não tocou na sopa de Natália.

Vinicius e Nilton pareciam se dar muito bem, conversavam animadamente.

Eu observava Simone discretamente, mas percebi que ela também estava me olhando!

Nossos olhares se encontraram, o que foi um pouco embaraçoso.

E tinha também a Natália, emburrada.

O jantar foi, de fato, bastante estranho.

Conversar sobre beleza era sempre um bom tópico para se aproximar das mulheres.

"E quantos anos você acha que eu tenho?" - Ela me olhou, seus olhos eram profundos e brilhantes, como um buraco negro querendo me engolir.

"Você parece ter trinta?"

Ela não mostrou o prazer que a maioria das mulheres mostra ao receber um elogio, apenas sorriu levemente: "A idade de uma mulher é um segredo."

Ela é realmente misteriosa!

"O que você gosta no Nilton?" - Ela perguntou de repente.

Pensei por um momento e respondi seriamente: "Ele é muito gentil e cavalheiro, atencioso, é um ótimo parceiro."

"Se você descobrisse que a bondade dele com você é apenas para compensar algo, você ainda o amaria?"

Fiquei surpresa, não entendi bem o que ela quis dizer.

De repente, seu olhar caiu no 'Fixação de alma' preso ao meu pescoço com fios de seda coloridos.

Deviia ter aparecido quando me abaixei para colocar os pratos.

No momento em que ela viu o 'Fixação de alma', suas pupilas se contraíram e até sua voz se tornou fria: "Quem colocou isso em você?"

Ela parecia assustadora, mesmo sendo tão bonita, sua raiva era aterrorizante.

"Eu... isso, senhora Simone, esse talismã tem alguma história?" - Perguntei, fingindo não saber.

"Tem outra peça?" - Ela agarrou minha gola abruptamente, seu olhar quase sinistro: "Onde está?"