Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 655

Ao mencionar esse assunto, Janaína se animou e se aproximou do meu ouvido: "Nilton realmente consegue como nos romances, sete vezes em uma noite?"

Meu rosto ficou vermelho: "Se consegue ou não, por que você não tenta descobrir?"

"Eu não sou homem, como eu poderia saber? Na internet, vi que muitos são considerados 'homens de trinta segundos', a maioria dos homens tem uma média de apenas alguns minutos."

Janaína fez uma cara de desdém: "O que dá para fazer em poucos minutos?"

"Pronto, vamos encerrar esse assunto."

Virei-me, decidida a não participar mais da conversa.

Sem Nilton ao meu lado, não conseguia dormir. Peguei o celular para enviar uma mensagem, mas hesitei, temendo atrapalhá-lo. Ele trabalha tanto e ainda tem muito para fazer amanhã.

Porém, como se estivéssemos em sintonia, o celular vibrou suavemente.

Era uma mensagem de Nilton.

[Já foi dormir?]

Essas três palavras aqueceram meu coração. Ele também devia sentir minha falta.

[Ainda não, estou pensando tanto em você que não consigo dormir.]

Antes, eu achava essas palavras muito piegas. Minhas conversas com Nelson eram sempre sobre negócios, sem espaço para essas frivolidades.

Mas, quando você realmente ama alguém, sente uma vontade imensa de compartilhar.

Compartilhar as paisagens que vê, as delícias que prova e cada sentimento do momento.

E o mais importante é que suas histórias encontram eco na outra pessoa.

[Quer que eu te conte uma história?]

[Sim, eu vou só ouvir, não vou interromper você e Janaína.]

Conectamos por chamada de voz. Coloquei o telefone no ouvido e ouvi sua voz grave: "Era uma vez..."

O som de sua voz e sua respiração me fizeram adormecer rapidamente.

Naquela noite, tive um sonho.

"Claro!"

Nos preparamos rapidamente e saímos.

Para nossa surpresa, assim que abrimos a porta, vimos um homem alto com uma mala.

Fiquei chocada. Na noite passada, ele estava me contando histórias, e agora, antes do amanhecer, estava aqui comigo.

Nilton quase não dormiu, viajando a noite inteira para chegar.

"Nilton, o que você está fazendo aqui?"

"Você não disse que estava com saudades? Queria te surpreender."

Ele abriu os braços e me olhou com ternura. Corri para seus braços, abraçando-o fortemente.

"Marlene, eu não quero mais ter arrependimentos."

Pensando na dor da mulher do sonho, sorri e disse: "Eu também não."