Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 712

Ao ouvir aquelas palavras, um frio gélido percorreu meu corpo, como se eu tivesse sido jogada na Antártida, congelando-me por completo, de dentro para fora.

Eu apertava o celular com força, como se fosse o coração de César, desejando esmagá-lo e vê-lo gritar de dor na palma da minha mão.

Finalmente entendi por que o ódio podia levar alguém à loucura e à perda da razão.

Como eu agora, não havia como manter a sanidade.

Minha mente estava dominada por um único pensamento: matá-lo, matar seu irmão, destruir toda sua família!

Vão para o inferno, demônios!

"Marlene, não éramos felizes juntos? Volte, por favor. Estou com saudades de você." - Sua voz suavizou, como a de um jovem inocente.

Mas eu sabia muito bem que sob aquele sorriso radiante se escondia um rosto horrível.

Também estou com saudades suas, de torcer seu pescoço!

Nilton ficou em silêncio, talvez pensando em uma solução.

César continuou: "Marlene, Cátia vai se casar em breve, ela está muito ocupada ultimamente. Você realmente não quer estar presente no casamento da sua única irmã?"

Ele era, sem dúvida, um demônio, capaz de atacar facilmente as fraquezas dos outros.

"Marlene, eu realmente detesto essa mulher, Karina. Se você não voltar, eu vou acabar com ela. Você é tão gentil, certamente não quer que eu machuque alguém inocente, certo?"

Ele então mudou para o modo de vídeo, e eu não tive escolha a não ser aceitar.

Ele trocou a câmera, e imediatamente apareceram duas figuras familiares na tela.

Hoje, estavam em uma fazenda de flores para fotografar o álbum de casamento. Além das flores, vi um penhasco.

A voz de César veio de fora da tela: "Marlene, você acredita que se eu a empurrar do penhasco, nunca mais a vier? Ou talvez, quando Antonio estiver filmando a cavalgada, eu a coloque em um cavalo alterado, para que ela seja arrastada até a morte. O que você acha?"

Eu balancei o celular freneticamente, inclinando a imagem, dizendo a ele que eu não concordava.

Mas não tínhamos tempo para hesitar, ele nos deu apenas uma hora.

Levaria duas horas para chegar ao Vale das Flores daqui.

A única opção era um voo particular.

Nilton fez tanto esforço para me tirar daquele inferno, como poderia deixá-lo me ver voltar?

Peguei o celular dele e escrevi algumas linhas:

[Nilton, ele não tentou nada comigo durante os dias com César. Aos olhos dele, sou mais como uma figura respeitável. Ele não me machucou, ele tem um problema psicológico devido à família. Contanto que eu faça o que ele quer, não haverá problema. Confie em mim, por favor. Se ele tentar algo, prefiro morrer.]

Desculpe, Nilton, eu te enganei.

Não tive coragem de contar a ele sobre o inferno que vivi na ilha, nem sobre o dia inteiro que fui forçada a me ajoelhar.

Antes de terminar a mensagem, Nilton interrompeu: "Não diga isso, Marlene, você realmente vai me deixar?"