Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 737

Se ao menos Antonio não fosse da família Monteiro.

Dei um leve suspiro e me virei para sair. Nilton e César não estavam na sala, mas ouvi um som angustiante vindo do quarto do César. Temei que Nilton pudesse exagerar e acabar machucando gravemente alguém, então decidi ir até lá.

O quarto estava impregnado com um forte cheiro de sangue. Nilton havia arregaçado as mangas, retirado o relógio e segurava uma faca, cujo a ponta estava coberta de pomada.

Em seus olhos negros só havia uma intenção letal.

"Primo, você gosta tanto assim da sua prima? Hmm?"

A ponta da faca deslizava lentamente pelas costas de César, e eu podia ver claramente que, além dos ferimentos sangrentos, a pele restante estava arrepiada.

Quem em sã consciência usaria uma faca para aplicar pomada em alguém?

Por um momento, não consegui distinguir quem era o mais perturbado.

"Nilton." - Empurrei a porta entreaberta e entrei.

Nilton ficou levemente alarmado ao me ver, enquanto César, com um olhar inocente, disse: "Marlene..."

Nilton instintivamente largou a faca: "Eu só estava cortando as bandagens com a faca, não me entenda mal."

Olhei para as costas ensanguentadas de César e esbocei um leve sorriso: "Não se preocupe, continue."

Não o repreendi, pois César não era inocente!

O fato de ele ter uma origem trágica não era culpa minha, mas ele nos separou, a mim e a Nilton, e me prejudicou de várias maneiras.

Nilton sempre esteve do meu lado incondicionalmente, e eu jamais trairia essa confiança.

Nosso laço já havia superado a própria morte.

César parecia desapontado, mas ignorei e desviei o olhar, observando o quarto.

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