Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 744

A pessoa da família Barbosa olhava para a perna de Nilton sem entender o que estava acontecendo, todos estavam com expressões de dúvida.

Exceto por Cátia, que estava alheia à situação e não compreendia por que sua irmã e a família estavam em conflito.

Isso era compreensível, já que ela passava a maior parte do tempo isolada, sem telefone ou conexão com o mundo exterior, sabendo apenas parte dos acontecimentos.

Ela não tinha ideia de como eu vivia na família Barbosa.

Para não destruir a imagem idealizada que ela tinha da família, desde nosso reencontro, eu nunca mencionei os eventos desagradáveis que aconteceram.

Eu não esperava que a pessoa da família Barbosa aparecesse aqui, resultando nessa situação absurda.

Diferente de antes, desta vez eu não estava mais desamparada, o corpo imponente de Nilton me protegia de todas as hostilidades que vinham da família Barbosa.

Danilo falou: "Senhor Lopes, meu pai tem problemas cardíacos, por favor, solte-o."

Só então Nilton o soltou bruscamente, e Joaquim sentou-se no sofá. Cátia, percebendo que ele não estava bem, rapidamente trouxe-lhe um copo de água: "Pai, beba um pouco de água."

Ele respirou fundo, colocou as mãos sobre os joelhos e sentou-se de forma composta, olhando para mim com frieza.

"Naquela época, fomos enganados e recebemos a notícia da sua morte. Você acha que não ficamos preocupados? Eu até fui com Nelson a Recanto Azul, procurei você por todos os lados. Você claramente estava viva, mas não nos procurou, e ainda disse aquelas coisas no funeral. Você tem coragem de dizer que a morte de Breno e Marcelo não foi culpa sua? Se ao menos você tivesse nos avisado, eles ainda estariam vivos!"

"É verdade, irmã, você estava viva e não nos procurou, nos fez sofrer por você à toa. Nossos pais já estão velhos e tiveram que lidar com a perda de uma filha. Você sabe o quanto isso foi difícil para eles!"

"A Marlene que vocês criaram já morreu há muito tempo. Eu já paguei o que devia a vocês, então guardem essas caras falsas. Sei o quanto vocês são sujos! Se não querem que eu exponha tudo o que fizeram, é melhor não me provocarem!"

Após dizer isso, senti-me muito mais aliviada e, ao virar, vi Cátia me olhando de forma complexa.

Sorri para ela e afaguei sua cabeça: "Desculpe, não quis te assustar."

Nesse momento, ouvi aplausos vindos da escada.

"Que bela cena de cães se mordendo, não é mesmo?"