Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 748

"Talvez seja porque meu pai não queria aceitar minha mãe, e isso esgotou todo o seu amor próprio. Ela era uma pessoa de grande orgulho e saiu sem contar ao meu pai sobre a gravidez. Quando eu era muito pequeno, nossa casa pegou fogo, e foi então que meu pai descobriu onde estávamos. Ele só me levou de volta."

"Talvez eu seja o filho de uma mulher que ele não amava, por isso ele nunca me amou desde pequeno. Mais tarde, vim para Vila Serena do Vale, e tia Simone cuidou de mim em consideração à minha mãe."

Parece que Dario e Nilton tinham pais que estavam em conflito.

"E quanto a tia Simone e o pai de Antonio?"

"O amor deles foi o oposto do da minha mãe. O pai de Antonio se apaixonou perdidamente por ela e a perseguiu obsessivamente. Quando ela não quis, ele usou métodos extremos para levá-la para casa e mantê-la prisioneira. O pai de Antonio tentou usar uma criança para amarrar seu coração, mas ela não só odiava o pai de Antonio, como também odiava o filho dele. Foi só após um acidente, quando o pai de Antonio faleceu, que ela se libertou. Caso contrário, ela já teria me levado embora."

Ao ouvir as histórias de amor dos dois, percebi que as irmãs gêmeas tiveram histórias de amor completamente diferentes.

Não é de se admirar que ela não amasse os irmãos da família Monteiro. Talvez não fosse que ela não amasse, mas que ela não ousasse amar.

Ela realmente não amava o pai de Antonio; ela não queria que a criança se tornasse um fardo para ela.

Por isso chamava César de pequeno monstro, para machucá-los, principalmente para ferir o pai de Antonio.

Essa história confusa, quem está certo e quem está errado? Eu, como uma pessoa de fora, não consigo julgar.

"Tia Simone prometeu que, após o casamento, deixará sua irmã ir embora. Sua irmã tem uma história de vida semelhante à dela. Ela nunca machucou a Cátia e não pretende machucá-la."

Após ouvir as palavras de Nilton, eu estava completamente perdida.

Neste mundo, o que é verdade e o que é mentira?

As pessoas que eu achava serem más já foram boas, puras e cheias de esperança.

Quem as forçou a se tornarem assim?

No futuro, se eu realmente morrer, nosso filho estará ao lado dele, para que ele não cometa nenhuma loucura.

"Marlene, talvez não possamos ter filhos..."

Minha mão deslizou suavemente para dentro de seu pijama, sentindo sua respiração cada vez mais descompassada, e eu sussurrei em seu ouvido: "Como saberemos se não tentarmos?"

Eu acredito que, se for nosso filho, ele estará sempre do meu lado, não importa o que aconteça.

Ele certamente me amará como Nilton, e não será cruel como aquelas pessoas.

Eu acariciei o pescoço de Nilton com ternura: "Nilton, esta noite, nada de precauções!"

Ele me olhou carinhosamente, com um tom de promessa: "Tudo bem, eu farei o meu melhor para que tenhamos um bebê e depois organizarei um casamento grandioso para ele."