Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 753

Enviei uma mensagem para Nilton perguntando o que estava acontecendo.

Ele ainda estava em uma ligação e não me respondeu imediatamente.

Cátia tinha as mãos apoiadas nos joelhos, sem o brilho de uma noiva ansiosa pela felicidade.

Janaína, ao lado, brincava com o buquê de Cátia, animada por estar pela primeira vez em um carro de casamento.

Só eu estava ansiosa, aguardando a resposta de Nilton.

Alguns minutos depois, ele me ligou: "Marlene, Lucinda apareceu."

"Onde ela está?"

"Acabou de desembarcar, meus contatos receberam a informação da chegada dela. Ela ainda está no aeroporto e já enviei alguém para lá."

Lucinda era a responsável pela minha desgraça. Antes, era por vingança familiar, agora, tendo perdido o filho e o amor, ela odiaria todos!

A situação estava clara, mesmo que os gêmeos da família Lopes estivessem vivos, não tínhamos inimizade.

Simone queria me matar por vingança, mas agora, nem mataria nem me feriria.

Os irmãos Monteiro também não tinham intenção contra mim, então, apenas tio Monteiro e sua filha eram a maior ameaça.

A família Monteiro não sabia sobre minha "nova vida", apenas Simone e seus filhos sabiam, e não haviam contado para a família Monteiro.

Nilton sempre a viu como uma ameaça iminente e, ao eliminá-la, o maior perigo para mim seria eliminado.

Antes, eu havia indagado a César, e soube que em Cidade Nova ela havia rompido contato com Antonio. Nem nós, nem os irmãos Monteiro sabiam para onde ela tinha ido.

Hoje, ela apareceu em Vila Serena do Vale, muito estranho.

"Para onde ela está indo?"

"Parece que para o local do casamento. Marlene, fique tranquila, eu não vou deixá-la escapar. Fique com Cátia, mais tarde eu vou ao casamento."

Nilton planejava ir pessoalmente.

"Nilton, tenha cuidado."

"Sim."

Era inacreditável, nem romances fantásticos têm essa narrativa.

Cátia e Janaína não tinham ideia do que acontecia. Eu vestia um vestido branco simples e, ainda bem que após ser levada por César, tinha uma bainha na coxa com uma faca que Nilton me dera.

O motorista dirigia, mas seus olhos frequentemente nos observavam pelo retrovisor.

Quando nossos olhares se cruzaram, meu coração deu um salto.

Era o olhar de um carrasco, frio.

Diferente da frieza altiva e inata de Nilton, era uma frieza calculista como a de Leonardo.

Embora naquele momento não houvesse intenção de matar, eu sabia que ele poderia tirar vidas sem pestanejar.

Quem era capaz de substituir diretamente os homens de Antonio?

Era Simone?

Não, naquela noite em que ela quis me matar, ela poderia ter simplesmente mandado um segurança me eliminar, e o pequeno João não teria sobrevivido até agora.