Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 765

Ela deu alguns passos em direção à vovó: "Velha, você tem sorte de ainda estar viva."

A vovó viu Lucinda e instintivamente sentiu medo, afinal, tanto eu quanto ela já havíamos presenciado o lado cruel e impiedoso de Lucinda.

Foi Lucinda quem a deixou nesse estado, e agora não havia mais tranquilidade em seus olhos.

A vovó falou: "Senhorita da família Monteiro, os responsáveis devem pagar por seus atos. Eu estou disposta a pagar com minha vida, mas esses meus filhos são inocentes. Se levar minha vida, poupe-os. Durante esses anos, eles até te consideraram como uma filha, você poderia..."

Lucinda levantou a mão para bater na vovó, mas eu a impedi.

Lucinda me encarou friamente: "Não se preocupe, logo chegará sua vez."

Ela olhou para os outros: "Prendam-na."

Dois homens de preto vieram em minha direção, mas pareciam hesitantes em me tocar, ao contrário da maneira rude com que tratavam outros membros da família Barbosa. Apenas me afastaram sem me tocar.

A vovó me deu um olhar significativo.

Entendi o recado dela, que pedia para eu não agir impulsivamente. O mais importante agora era proteger a mim mesma.

A situação da família Barbosa estava tão complicada que cada um estava lutando para se salvar.

Desde que acordei na cela, percebi isso, e até estava preparada para proteger Cátia, mesmo que isso significasse ferir outros membros da família Barbosa.

Mas a vovó era a exceção que eu não poderia ferir.

Mesmo que ela fosse vista como um demônio pela família Monteiro, para mim, ela era alguém que cuidou de mim grande parte da vida, e eu não podia simplesmente assistir de braços cruzados.

Lucinda a odiava profundamente: "Você foi cruel no passado, não apenas matou meus avós impiedosamente, mas também deixou meu pai manco e infeliz por toda a vida. A família Monteiro inteira foi envenenada por você, todos com doenças mentais graves. Por causa da doença do meu pai, minha mãe morreu quando eu ainda era criança. Por que a família Monteiro está em pedaços, enquanto a sua família Barbosa tem tantos descendentes?"

Desde que nos encontramos na família Monteiro, elas me viam andando normalmente pela casa e assumiram que eu era uma ajudante da família Monteiro. Eu não expliquei nada.

Uma vez que o preconceito se instala, mesmo que você se esforce para explicar, elas não acreditarão.

Eu não me importava com o que elas pensavam de mim, até nos encontrarmos hoje, quando novamente me lançaram os olhares mais maliciosos.

Eu apenas a olhei calmamente e disse: "A verdade importa tanto assim?"

Os danos já estavam feitos, e ninguém poderia apagá-los facilmente.

Eliana, talvez lembrando-se do meu trágico destino, caiu de joelhos, cobriu o rosto com as mãos e começou a chorar amargamente.

"O que foi que fizemos com você?"