Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 815

Ao ver Cátia tão desamparada e frágil, só pude abraçá-la. "Por enquanto, só recebemos essa notícia. Ainda pode haver uma reviravolta. Não chore, confie nele, querida."

Cátia assentiu levemente em meus braços. Tão doce e obediente, até chorava baixinho, o que a tornava ainda mais digna de carinho.

Não é à toa que Antonio, mesmo como adversário, decidiu protegê-la.

"O seu cunhado já mandou alguém investigar. Não se preocupe."

"Sim."

A sua voz soava como um pequeno animalzinho gemendo.

Com o estado atual da família Barbosa, Eliana ainda precisa cuidar de Joaquim, então decidi ficar para acompanhar Cátia.

Eu estava preocupada com Cátia, e Nilton estava preocupado comigo.

Ele passou a noite de forma desconfortável no sofá do lado de fora do quarto.

Olhando para suas longas pernas, que não tinham espaço suficiente no sofá, senti um aperto no coração. "Desculpe, queri..."

Ele segurou minha mão, puxando-me para o colo dele e me abraçou por trás, encostando o queixo no meu pescoço.

"Está tudo bem. Cátia é sua família, então também é minha irmã. Eu entendo, não precisa se desculpar. Somos um casal."

Ele esfregou suavemente o rosto no meu. "Comparado a eles, posso te abraçar. Isso já me deixa muito feliz. Além disso, agora temos um bebê."

A mão dele repousou sobre minha barriga, onde uma nova vida estava sendo gerada. Que maravilha.

"Sim, vou pedir para Ivan trazer mais um cobertor para você."

"Certo, faço o que minha esposa mandar."

Trocamos um sorriso.

Sim, em comparação com a separação de Cátia e Antonio, o que temos é uma sorte imensa.

Ivan Ferro trouxe o cobertor e eu perguntei sobre o homem dos óculos.

"Não se preocupe, senhora. Só dei uma lição nele. No máximo, ele ficará se recuperando uns três a cinco meses. Durante esse tempo, ele não incomodará mais a Sra. Barbosa."

"Obrigada."

Cátia ficou surpresa. "Irmã, você está grávida?"

Coloquei a mão dela sobre minha barriga. "Sim, aqui está crescendo uma vida que em breve te chamará de tia."

Cátia gentilmente pousou a mão sobre meu ventre, respirando suavemente.

"Embora a vida seja difícil, até no meio do caos florescem belas flores que nos trazem esperança, não é? Você já pensou se será um menino ou uma menina? Se parecerá comigo ou com o pai?"

"Seja quem for, tanto você quanto seu marido vão amá-lo muito."

"E a tia?"

Os olhos de Cátia brilharam, compreendendo minha intenção, e ela se aconchegou em meu colo. "Eu também vou amá-lo."

Abracei Cátia. "Desculpe, irmã, por ser egoísta."

Você é minha irmã que finalmente reencontrei. Não suportaria perdê-la novamente.

Não importa como, quero mantê-la neste mundo.