Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 827

Ela ainda estava em sono profundo quando toquei sua cabeça e percebi que ainda estava um pouco quente.

"Sra. Lopes." A voz do Dr. Barreiros veio de trás.

"Dr. Barreiros, eu toquei na testa dela e ainda está um pouco quente. A febre dela não abaixou?"

"Sra. Lopes, não se preocupe. O corpo da Sra. Barbosa está um pouco debilitado e há sinais de febre recorrente. Não podemos usar uma dose muito alta de medicamento, então precisamos ir devagar. Ela receberá outra medicação à tarde e a febre deverá baixar gradualmente. Na verdade, eu vim pegar o termômetro."

Eu rapidamente me posicionei para bloquear a visão dele. "Deixe-me fazer isso."

"Está bem."

Retirei o termômetro de mercúrio e notei que ainda havia uma leve febre, mas estava muito melhor do que na noite passada.

"Dr. Barreiros, ontem à noite você mencionou que havia alguma tensão no corpo dela. Como lidamos com isso?"

"Primeiro, a Sra. Barbosa precisa se sentir mais feliz. Além disso, ela está com deficiência de energia e sangue, o que pode ser tratado com medicamentos."

"Então, conto com você."

"Não se preocupe, Sra. Lopes. Você acabou de acordar, não é? Pode tomar o café da manhã primeiro. A Sra. Barbosa está sob meus cuidados, e você realmente não precisa se preocupar. Como médico, sigo o código de ética e, para mim, ela é apenas uma paciente."

Ele rapidamente percebeu minha preocupação anterior com a proximidade entre homens e mulheres, o que me deixou um pouco constrangida.

"Sim, claro, eu confio em você."

Ele guardou o termômetro na maleta e começou a preparar a medicação.

Virei-me para sair e, antes de fechar a porta, vi que ele novamente verificou a testa de Cátia e ajustou o cobertor sobre ela.

Esse gesto parecia excessivamente gentil.

Com ele de costas para mim, não consegui ver sua expressão.

Pensando em sua atenção aos detalhes, pedi a um dos empregados que também levasse um café da manhã para ele.

Voltei ao quarto para me arrumar antes de descer para o café da manhã.

Dandara estava sentada à mesa com elegância e graça, uma verdadeira dama da sociedade.

Ela gentilmente tocou seu abdômen, com uma expressão carinhosa.

Desviei o olhar e vi que a porta do quarto de Cátia estava aberta. O Dr. Barreiros estava escrevendo uma prescrição na escrivaninha, enquanto Cátia acordava devagar, olhando fixamente para ele. "Você é..."

"Oh, ele é o Dr. Bonifácio Barreiros. Você teve uma febre ontem à noite."

"Entendo, obrigada."

Cátia tentou se levantar da cama para ir ao banheiro, mas, talvez por estar tonta e fraca, caiu antes de dar um passo.

"Cátia!" Meu coração disparou, embora eu estivesse a alguns metros dela.

Uma figura se moveu mais rápido que eu, Bonifácio Barreiros a amparou e perguntou baixinho: "Está tudo bem?"

Cátia levantou a cabeça, seus olhos fixos no rosto dele.