Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 850

Ivan contou tudo em detalhes. Acontece que, nesses dias, o senhor e Nilton estavam me escondendo um plano, investigando secretamente a identidade de Dandara.

Eles tentavam capturar as pessoas por trás de Dandara.

Dandara estava com sinais de aborto espontâneo. Seu plano era segurar até que o bebê tivesse seis meses, pois, com a tecnologia médica atual, um bebê prematuro de seis meses poderia ser salvo.

Ela estava a meio mês de completar seis meses e vinha escondendo da família Lopes que estava fazendo tratamento para manter a gravidez. Ultimamente, ela quase não saía do quarto.

Mas Dandara não esperava que o senhor colocasse um medicamento abortivo em sua ceia na noite anterior.

Embora fosse cruel, o senhor não deixaria que o filho de alguém com más intenções permanecesse, trazendo problemas para a família Lopes.

Dandara entrou em trabalho de aborto à noite. Ela pensou que se tratava apenas de um aborto espontâneo e não ousou deixar a família Lopes saber. Ela contatou suas próprias pessoas para tentar salvar a situação a tempo.

Mal sabia ela que o senhor havia preparado uma armadilha, atraindo assim as pessoas por trás dela.

Este plano foi impecável, até eu teria que aplaudir e dizer que foi genial.

Infelizmente, não pude presenciar essa cena tão intrigante.

"E depois? O bebê foi salvo?"

Ivan balançou a cabeça. "O bebê tinha apenas cinco meses e meio, nem se fala de ser salvo, quando nasceu já estava sem vida."

Dandara passou por grandes dificuldades tentando salvar o bebê, faltava apenas meio mês...

Lembro-me de quando ela me contou que era uma menina, com um sorriso no rosto, naquela época, ela deve ter sido sincera.

"E por que suspeitaram que ela era a assassina?"

"Recentemente, a senhora foi tão assustada que não conseguia dormir ou comer bem. O senhor deu muita importância a isso e participou pessoalmente da investigação. Durante a investigação minuciosa, ele descobriu algo."

Olhei fixamente para Ivan e perguntei: "O que foi?"

"Desde a morte de XX até a cabeça decapitada, as fotos do corpo desmembrado e as mensagens de ameaça enviadas a você, a polícia descobriu que era uma mulher de 1,65m. Tudo isso apontava para Lucinda. Com o raciocínio lógico de uma pessoa normal, quem quer matar alguém não se exporia assim. Mesmo Lucinda, pelo seu histórico, não faria algo tão evidente, querendo que todos soubessem que foi ela."

Isso é verdade, caso contrário, Leonardo não teria me apunhalado pelas costas no meu momento de maior vulnerabilidade.

Essa era a questão que me incomodava na época. Não sei se a gravidez me deixou mais lenta, mas senti que algo estava errado, só não liguei os pontos.

"Ela queria desviar nossa atenção para Lucinda?"

"Sim, Lucinda caiu do penhasco na ilha. Independentemente de estar viva ou não, quando estávamos em Vila Serena do Vale, descansamos apenas dois dias antes de voltar para Cidade Nova. Logo após nosso retorno, ocorreu o assassinato. Lucinda usou o nome de Mirella para deixar o país. Naquela época, verifiquei todos os registros de entrada e saída e não havia registro dela entrando de volta. Então, se ela quisesse retornar, teria que vir clandestinamente. Pelo mar, levaria de duas semanas a um mês, então ela não estaria em Cidade Nova naquele período!"

Ivan fez uma pausa. "Claro, a menos que ela tenha mudado de identidade e planejado com antecedência, o que não é impossível, mas o senhor, analisando várias pistas, concluiu que, seja Lucinda viva ou não, pelo menos este assassinato não teve a ver com ela. Alguém queria usar o nome dela para te assustar!"

"Entendi."

"Deve ter sido um espetáculo e tanto, não?"

É uma pena. Eu estava dormindo profundamente durante um evento tão emocionante.

Minha curiosidade estava em chamas. "Foi tudo gravado pelas câmeras de segurança, certo?"

Ivan coçou a cabeça. "Sim, foi, mas senhora... é melhor não ver, é um pouco sangrento."

"Ivan, você sabe como isso é frustrante? Como sair para o banheiro no clímax de um filme e perder a melhor parte. Se você não me mostrar, vou ficar pensando nisso o tempo todo."

"Mas o senhor disse para não mostrar à senhora."

Eu o encarei seriamente. "Você obedece a ele ou a mim?"

"Quando o senhor está presente, eu obedeço a ele. Quando não está, eu obedeço à senhora." Ele respondeu honestamente.

"E agora ele está presente?"

"Não."

"Então, a quem você deve obedecer?"

Ivan cedeu, resignado: "À senhora. Mas, por favor, não conte ao senhor. E se contar, que seja, não vai ser a primeira vez que levo um sermão."