Espelhos da Alma: As Duas Vidas de Marlene romance Capítulo 855

Saí pela porta e Nilton rapidamente me apoiou. “Marlene, não se preocupe.”

“Ivan, o que aconteceu?”

“No momento, não sabemos exatamente o que está acontecendo no cruzeiro. A rota está diferente do usual e, embora tenha passado apenas um dia, hoje o navio inteiro ficou sem sinal.”

Ao ver minha expressão preocupada, Ivan rapidamente acrescentou: “Mas não houve nenhum incidente no cruzeiro até agora. Se houvesse algum problema, a Sra. Barbosa nos teria avisado antes que o sinal fosse cortado. Eles cortaram a comunicação com o exterior sem que ninguém percebesse.”

Nilton colocou a mão em meu ombro. “Mesmo que o sinal tenha sido cortado, o cruzeiro é grande demais para simplesmente desaparecer. Enquanto sua irmã estiver a bordo, Matias não fará mal a ela.”

“Sim, senhora. Talvez eles tenham mudado de estratégia ou percebido algo. Além de nós, a polícia também está envolvida. Fique tranquila.”

Suspirei, sabendo que não adiantaria me preocupar agora.

Nilton me ajudou a voltar para a cama. “Descanse um pouco. Vou pensar em uma solução.”

O oceano estava envolto em escuridão, como uma enorme criatura devorando tudo à sua volta.

Enrolei-me no cobertor, colocando a mão sobre o abdômen.

“Desculpe por assustá-los.”

Cátia, você precisa estar bem.

Não preguei o olho durante toda a noite, permanecendo acordada até o amanhecer.

Assim que Ivan encontrou Nilton, eu os segui imediatamente. “Tem novidades?”

“Sim, na noite passada, parte das pessoas no cruzeiro foi transferida.”

“Essas pessoas eram os estudantes, certo?”

“Exatamente.”

“Para onde foram levados?”

“Para uma ilha particular. É bem provável que essa ilha seja uma das bases deles.”

Ou seja, se Antonio conseguir transmitir a informação, a polícia poderá invadir a ilha no momento certo, garantindo tanto evidências quanto testemunhas!

Só então respirei aliviada. “E quanto à Cátia?”

“Ainda não encontramos a Sra. Barbosa.”

Nilton sabia que eu não ficaria tranquila sem ver com meus próprios olhos, então, após garantir nossa segurança, me levou até a ilha.

A busca pela ilha continuava, e pelo rádio ouvi a mensagem: “Avistamos pessoas na encosta oeste, dois homens e uma mulher, uma garota de branco.”

“Cátia!”

Meu coração disparou, e corri naquela direção.

“Marlene, devagar, cuidado!” Nilton correu atrás de mim e me pegou nos braços.

Agarrei-me firmemente à sua roupa, com o coração apertado. Não sabia o que acontecera com Cátia, mas aqueles dois deviam ser Antonio e Matias. Qual seria o destino dela entre eles?

“Tudo vai ficar bem, sua irmã vai ficar bem.” Nilton me confortava incessantemente.

Quando estávamos prestes a chegar à borda da encosta, não sabia o que havia acontecido antes, apenas ouvi o grito angustiante de Cátia: “Bonitão!”